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, 12 maio 2024
 
 

Beneficios e malefícios do sódio

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Colocando sal na comida - cor1

O sódio, componente vital do corpo, é essencial para a manutenção de várias funções fisiológicas do organismo: transmissão nervosa, contração muscular, manutenção da pressão arterial e equilíbrios de fluídos e ácido básico, além de ser importante para o transporte de muitos nutrientes no intestino delgado e nos rins, dentre eles o Cloro, aminoácidos, glicose, galactose e água, sendo a sua maior fonte o cloreto de sódio ou o sal de mesa. Os alimentos protéicos contêm mais sódio do que os vegetais e grãos, já as frutas e hortaliças são pobres em sódio.
Entretanto, apesar de ser essencial, adicionar sal à dieta não é necessário, pois a quantidade necessária para repor as perdas do nutriente é próxima do conteúdo já existente nos alimentos in natura. Além disso, o organismo apresenta alta capacidade de conservar sódio e perdas importantes do mineral só ocorrem em situações não usuais, como na sudorese prolongada.
O acréscimo de sal nos alimentos ocorreu com a introdução da agricultura, cerca de 10.000 anos atrás. Anteriormente, os ancestrais consumiam uma dieta que continha quantidades pequenas de sal. Seu uso era desconhecido dos povos, geralmente nômades, que viviam da caça e da coleta de alimentos, tanto que antigos idiomas não possuem uma palavra para sal.
Há cerca de 5.000 anos, os chineses descobriram que o sal podia ser utilizado na conservação dos alimentos, permitindo-os realizar estoques alimentícios, reduzindo a necessidade dos povos de migrar e auxiliando na fixação permanente de grupos de indivíduos e no desenvolvimento de comunidades. Porém, a adição de sal causou elevação no consumo de sódio, para um maquinário renal ainda geneticamente fixado no período de nossos antepassados, ou seja, não preparado para excretar grandes quantidades de sódio consumidas.
Com o advento da refrigeração, o sal não necessitava mais ser utilizado como conservante e sua ingestão começou a decair. O consumo diário de sal pelas sociedades ocidentais encontra-se em torno de 10 a 12 gramas, dos quais cerca de 3g são provenientes dos alimentos, 3g adicionados durante o processamento e 4g adicionados voluntariamente.
No Brasil, dados da Pesquisa de Orçamento Familiar demonstram que 71,5% do sódio disponível para consumo vem da aquisição de sal de cozinha, enquanto 4,7% de condimentos à base desse sal. O restante do sódio disponível para consumo provém da aquisição de alimentos processados com adição de sal (15,8%), de alimentos in natura ou alimentos processados sem adição de sal (6,6%) e de refeições prontas (1,4%).
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o consumo de sal deve ser de no máximo 5g/dia. Já o 7º Report of the Joint National Committee on High Blood Pressure e outras diretrizes internacionais, recomendam o consumo diário máximo de 6 gramas de sal (100mmol ou 2.400mg de sódio), considerando-se o sódio naturalmente encontrado nos alimentos, o sódio adicionado no preparo dos alimentos e o sódio adicionado pós-preparo do alimento caseiro ou industrializado e o sal adicionado à mesa; isto equivale, em medidas caseiras, a uma colher e meia de chá. Já em relação às pessoas hipertensas, o consumo diário total de sal deve ser de no máximo 4g (1.500mg de sódio), equivalente, em medidas caseiras, a uma colher de chá. De acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, a recomendação para o consumo de sal é de 5g por dia (3g de sal adicionado e 2g do sal naturalmente presente nos alimentos) para a população em geral.
Antigamente, o sal estava associado com saúde. As expressões latinas para saúde e saudável, salus e salubris, são derivadas de sal. Entretanto, o consumo excessivo de sal tem se associado com vários efeitos prejudiciais à saúde. Observou-se evidências da associação entre alto consumo de sódio e doença cardiovascular, acidente vascular cerebral, hipertrofia ventricular esquerda, independentemente ou associadas com a elevação da pressão arterial. Além disso, outros agravos incluem neoplasia de estômago, doença e calculose renal, osteoporose, asma e obesidade.
Já a hiponatremia, que é a deficiência de sódio, pode ocasionar fraqueza, apatia, cefaléia, hipotensão, taquicardia, choque, pele sem elasticidade e alucinações. Podem ocorrer em conseqüência da má absorção intestinal, sudorese excessiva, diarréias e uso abusivo de diuréticos.
A orientação quanto ao consumo da quantidade ideal de sal é extremamente importante, pois o consumo excessivo pode ocasionar diversos efeitos prejudiciais à saúde. Todavia, se faz necessário encontrar formas criativas e prazerosas na alimentação, pois o gosto e bem estar são importantes para a saúde.
Em alguns países, medidas específicas para redução do consumo de sal na população em geral têm sido implementadas como parte de uma política nutricional nacional e/ou de políticas de prevenção de doenças cardiovasculares. Estas medidas incluem, entre outras, regulação de sal nos rótulos de embalagens, campanhas de conscientização da população, desenvolvimento de símbolos para identificar os produtos com baixo teor de sal, acordos com a indústria alimentar para reduzir o teor de sal dos produtos e controle do teor de sódio dos alimentos.

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