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, 26 maio 2024
 
 

Perda de massa magra em idosos

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Idosa caminhando

Durante o envelhecimento, alterações na composição corporal podem levar ao aumento da morbidade e mortalidade. O excesso de gordura corporal aumenta o risco de hipertensão, resistência à insulina e dislipidemia. Por sua vez, a perda de massa magra que ocorre em idosos, denominada sarcopenia, está relacionada à instabilidade postural, quedas, fragilidade e perda da autonomia. Segundo estudos recentes, existe maior associação entre a obesidade sarcopênica – condição em que se observa tanto o aumento da massa gorda como a diminuição da massa livre de gordura – com a piora tanto das funções físicas como os desfechos de saúde, do que quando estas duas situações são vistas separadamente.

O diagnóstico de obesidade sarcopênica depende da avaliação da composição corporal, feita pela absortometria de raios X de dupla energia (DEXA), técnica de escaneamento do corpo que permite a estimativa da massa gorda e da massa muscular apendicular (MMA), calculada pela divisão da quantidade de massa magra em braços e pernas (em gramas) pela altura do indivíduo ao quadrado (em metros). A classificação de sarcopenia mais utilizada é a proposta por Baumgartner et al. (1998), que define a condição quando a MMA encontra-se com dois desvios padrão abaixo da média de indivíduos da mesma idade.

Em estudo coreano com 180 homens e 313 mulheres, Kim et al. (2013) encontraram prevalência de obesidade sarcopênica de 17,8% e 24,9%, respectivamente. Nestes idosos, observou-se menor sensibilidade à insulina, além de baixas concentrações séricas de vitamina D e altos valores de proteína C-reativa. Na recente pesquisa de Kohara et al. (2012), em amostra de 1024 idosos japoneses, foi observada associação positiva estatisticamente significante entre obesidade sarcopênica e a velocidade da onda de pulso braquial-tornozelo, um indicador de rigidez arterial, caracterizando um perfil de elevado risco cardiovascular.

Os mecanismos relacionados ao desenvolvimento da obesidade sarcopênica ainda não foram desvendados. O tecido adiposo intramuscular, que aumenta com a idade e com o acúmulo de adiposidade, poderia exercer um efeito parácrino, aumentando a liberação de citocinas inflamatórias com atividade no músculo adjacente. Supõe-se ainda que o excesso de ácidos graxos no músculo pode ser citotóxico e competir com as células musculares por nutrientes, prejudicando o funcionamento deste tecido.

É possível também que certas adipocinas, substâncias produzidas pelo tecido adiposo, estejam envolvidas na relação entre adipócitos e miócitos. A primeira a ser estudada foi a leptina, cujas concentrações séricas aumentam na obesidade. Foi observado que na sarcopenia ocorre diminuição do número de receptores de leptina, sugerindo a ligação entre este hormônio e a obesidade sarcopênica.

Em um estudo transversal, verificou-se associação negativa entre concentrações séricas de leptina e massa muscular, independente da quantidade de gordura corporal. Postula-se que a ação inadequada da leptina no músculo esquelético esteja envolvida no aumento da inflamação e dos níveis de substâncias como IGF-1 (fator de crescimento semelhante à insulina-1), que desempenha um papel no desenvolvimento da sarcopenia.

Pesquisas futuras deverão investigar se intervenções para mudança de estilo de vida que promovam perda de massa gorda e aumento de massa magra, incluindo exercícios de flexibilidade, aeróbicos e de resistência, são capazes de minimizar o risco cardiometabólico da obesidade sarcopênica, bem como estratégias de prevenção direcionadas a jovens e adultos, que possibilitem um envelhecimento saudável.

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