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Tempo para realização do papanicolau

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noO Ministério da Saúde recomenda que o papanicolau, utilizado para rastrear o câncer de colo de útero, seja realizado a cada três anos, após dois exames consecutivos negativos. A mudança ocorreu com base em estudos populacionais realizados no Canadá, Europa e Estados Unidos, e já é adotada na maioria dos países do globo. Anteriormente a orientação era que as mulheres se submetessem ao procedimento pelo menos uma vez ao ano.
O papanicolaou é a maneira mais eficaz de prevenção e detecção do câncer do colo do útero. Estudos mostram que o vírus do papiloma humano [HPV] está presente em mais de 90% dos casos da doença, que é a principal causa de morte por câncer em países em desenvolvimento. Mas, a grande maioria das mulheres que é contaminada pelo HPV não desenvolve a lesão. E, quando isso ocorre, pode demorar até cinco anos para que uma alteração significativa seja detectada pelo exame. “Então, na prática, realizamos muitos exames desnecessários”, afirma a médica Lenira Maria de Queiroz Mauad, responsável pelo Programa de Prevenção do Câncer de Colo de Útero do Hospital Amaral Carvalho.
De acordo com a oncoginecologista, a nova medida irá otimizar recursos, que poderão ser aplicados em outras áreas da saúde. “Não é só uma questão de redução de gastos, mas de adequação do conhecimento científico atual. É como eu dizer a um paciente que um analgésico faz efeito por 12 horas e ele querer repetir a dose sem necessidade. Em intervalos menores, ela não vai fazer mais efeito”, explica a médica.
Se realizar o exame a cada três anos, a mulher terá a proteção semelhante que fazendo o mesmo procedimento anualmente. “Mudar o intervalo para tri anual não muda o número de casos descobertos e nem piora a mortalidade, pelo contrário, o impacto é o mesmo. O que precisamos é atrair as mulheres que estão fora do programa, ou seja, aquelas que nunca fizeram o exame ou que não fazem há mais de três anos. Os casos positivos que ainda detectamos em Jaú, e são bem poucos, são de mulheres nesta situação”, aponta dra. Lenira.
Para abranger justamente este público, a oncoginecologista adianta que em 2010 o foco da campanha irá mudar. “Quando iniciamos o Programa de Prevenção, em 1994, a nossa cobertura populacional era muito baixa, poucas mulheres faziam o exame periodicamente, algumas a cada seis meses; a maioria eventualmente ou nunca. Foi um trabalho de conscientização e divulgação”, explica dra. Lenira. Agora, o Programa de Prevenção do Câncer de Colo de Útero irá ampliar parcerias para investir em prevenção primária, por meio de campanhas educativas. A rotina no posto fixo de coleta permanece inalterada.
Segundo o Inca [Instituto Nacional de Câncer], as baixas condições socioeconômicas, o início precoce da atividade sexual, a multiplicidade de parceiros, o tabagismo, a higiene íntima inadequada e o uso prolongado de contraceptivos orais são os principais fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de colo do útero. Mulheres que estão nesses grupos de risco ou não se sentirem seguras com a adoção da nova medida, podem se submeter ao teste antes do período previsto.
“Se as mulheres sentirem-se inseguras poderão continuar fazendo o exame a cada ano ou a cada dois anos, sem problema. Maior do que a responsabilidade na criação de um serviço, é a preservação da sua continuidade e a garantia da sua qualidade. Claro que estamos aderindo a esta norma porque ela esta de acordo com pesquisas científicas e principalmente porque o Programa já tem credibilidade, a população sabe que o trabalho é sério”, enfatiza a médica.
Dra. Lenira também ressalta que as mulheres não devem se preocupar apenas com o papanicolau. “É importante esclarecer que o exame de papanicolau é eficaz apenas na detecção do câncer do colo do útero. As mulheres precisam passar por avaliação ginecológica anual, controlar seu ciclo menstrual, valorizar dores pélvicas, examinar as mama no período pós-menstrual, usar preservativos nas relações sexuais, principalmente com parceiros eventuais, evitar ganho de peso e estarem atentas as mudanças do seu corpo”.

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