Brasília
Investidores e analistas dos mercado financeiro já estimam para 2015 inflação de 8,2%, pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O IPCA é calculado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com o objetivo de oferecer a variação dos preços no comércio para o público final.
A estimativa está no boletim Focus divulgado semanalmente pelo Banco Central. A projeção para o crescimento da economia também se mantém pessimista. A nova expectativa mostra retração de 1,01%. Esse resultado se dará, de acordo com a publicação, em razão da retração prevista de 2,64% na produção industrial.
A taxa de câmbio estimada para dezembro de 2015 ficará em R$ 3,25. A taxa básica da economia (Selic), prevista para o mesmo período, foi mantida em 13,25% ao ano. Os preços administrados, fixados ou controlados pelo governo, como a gasolina e eletricidade, terão um reajuste de 13% na perspectiva do mercado financeiro.
No setor externo, melhorou a estimativa para o déficit em conta-corrente: passou para US$ 77 bilhões, com a melhora na projeção do saldo na balança comercial, agora em US$ 4,02 bilhões. Os investimentos estrangeiros diretos esperados chegarão a US$ 56 bilhões.
CONFIANÇA DO CONSUMIDOR
Pela primeira vez em quatro meses, a confiança do consumidor brasileiro parou de cair. Em março, o Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec), divulgado ontem (6) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), ficou estável em relação a fevereiro.Apesar da interrupção da trajetória de queda, o índice continua no menor nível desde junho de 2001. No acumulado em 12 meses, o indicador continua a apontar pessimismo. O Inec está 8,1% abaixo do nível de março do ano passado.
Para o economista da CNI Marcelo Azevedo, é cedo para dizer se a interrupção de queda do índice mostra uma tendência de alta. “O resultado deu uma estabilizada e isso é realmente importante, mas não garante uma alta daqui para frente. Ainda fica difícil apontar uma recuperação. É preciso aguardar os resultados dos próximos meses.”
Dos seis componentes analisados pela pesquisa, três tiveram piora em março. O índice de renda pessoal, que mede a perspectiva de aumento da renda nos próximos seis meses, recuou 11% em relação a fevereiro. O índice de situação financeira caiu 10,6%, e o de endividamento, 4,3%, na mesma base de comparação, mostrando pessimismo em relação à situação financeira e aumento do número de dívidas.
Os três demais indicadores do Inec, no entanto, tiveram melhora. O índice que mede a expectativa de queda da inflação nos próximos meses aumentou 10,6% em março em relação a fevereiro. O número de consumidores que pretendem comprar bens de alto valor subiu 9,9%, e o índice de desemprego, que indica a confiança das pessoas na manutenção das vagas de trabalho, subiu 5% no mês passado.
Feita em parceria com o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), a pesquisa ouviu 2.002 pessoas em 142 municípios de todo o país de 21 a 25 de março.