SÃO PAULO – Um comboio de 14 caminhões e um ônibus transportando presos passou boa parte da manhã desta terça-feira parado em frente ao presídio de Martinópolis, interior de São Paulo, impedido de entrar no local por agentes penitenciários em greve desde o início desta semana. O comboio ficou parado em uma rodovia, sob escolta da polícia, por duas horas. Depois, os presos foram levados para outras unidades penitenciárias do estado. Parte foi para o Complexo de Pinheiros, na capital, onde a princípio grevistas também barraram a entrada, que só aconteceu após 15 minutos. Desde o início da paralisação dos agentes penitenciários, que ontem atingia metade das unidades prisionais paulistas, apenas os serviços essenciais são mantidos, como enfermaria e cozinha. Transferências e recepção de presos e advogados não são realizadas.
A greve, no entanto, não atrapalhou a transferência de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, acusado de chefiar a facção que controla o crime organizado no estado de São Paulo, para a Penitenciária de Presidente Bernardes, onde cumprirá Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), que prevê isolamento dos presos por 22 horas diárias. Outros três integrantes do grupo também foram transferidos. Os quatro teriam participado da articulação de um plano, que envolveria o uso de dois helicópteros e um avião, para resgatá-los do Presídio de Presidente Venceslau, no interior do estado, onde estavam detidos.
Nesta manhã, representantes do Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo (Sindasp-SP) e do governo do estado estiveram reunidos no Palácio dos Bandeirantes, sede do Executivo paulista, onde uma proposta foi apresentada à categoria. As principais reivindicações dos grevistas são reajuste salarial de 20,64%, reestruturação do plano de carreira e a utilização de fardamento, além de melhores condições de trabalho. A proposta será analisada na noite desta terça-feira em 14 assembleias regionais realizadas pelo Sindasp-SP em todo o estado.
