Muitas pessoas ouvem falar sobre úlcera gástrica, mas desconhecem o que exatamente é essa doença, quais os principais sintomas, como ela é diagnosticada, as principais recomendações para evitá-la e quais são as principais causas. Estudos epidemiológicos mostram que as úlceras podem atingir diferentes grupos étnicos, independentemente da idade, do sexo ou da ocupação profissional. O Dr. André Siqueira Matheus, especialista gastroenterologista, explica as principais questões que envolvem este assunto.
A úlcera é uma ferida que pode ocorrer em diversas partes do organismo, como na pele e no cólon (colite ulcerativa), por exemplo. Nessas lesões ocorre uma ruptura da camada de revestimento provocando exposição de tecidos mais profundos. No entanto, quando falamos em úlcera, quase sempre nos referimos às gástricas, mas vale lembrar que quando abordamos doenças gastrintestinais temos que ter em mente também as úlceras do duodeno, que surgem na junção do estômago com o intestino delgado, e mesmo as do esôfago que são mais raras.
Os ácidos estomacais, especialmente o clorídrico, são muito fortes. Num estômago normal e saudável, sua ação restringe-se somente aos alimentos, mas, em determinadas situações, eles podem atacar o revestimento do trato digestivo e provocar o aparecimento de uma úlcera.
“Sintomas como dor ou queimação que aparecem principalmente com o estômago vazio, incômodos que despertem o paciente à noite e desaparecem com a ingestão de alimentos ou antiácidos; vômitos ou fezes com sinais de sangramento e perda de peso são alguns dos indícios da existência de problema estomacal que deve ser investigado”, explica o especialista.
Pessoas que têm histórico familiar, fazem uso constante de medicamentos, estão expostas a constate situação de estresse, fumam, ingerem bebidas cafeinadas, e que mantêm uma alimentação desregrada, principalmente a base de frituras, são indivíduos com maior propensão ao desenvolvimento da doença.
A forma mais comum para diagnosticar úlceras é a endoscopia, exame realizado sob sedação que permite visualizar diretamente o esôfago, o estômago e o duodeno. Quando descoberto o problema, o tratamento medicamentoso adequado auxiliará na redução da quantidade de ácido produzido pelo estômago, permitindo a cicatrização da úlcera e a melhora da dor associada a esta condição.
“É importante manter o acompanhamento médico regular para controle”, conclui o especialista.
