Com atraso, região inicia colheita da soja

Os produtores de soja da região sul de Mato Grosso não perderam tempo e aproveitaram a semana de sol firme para colocar as máquinas em campo para a colheita das variedades precoces do grão. Além de tradicionalmente começar mais tarde a colheita da soja, a região sul do Estado também teve a estiagem que atrasou o plantio nesta safra. Com isso, o início da colheita também sofreu atraso. No entanto, os produtores começam o processo otimistas, tanto em relação ao mercado como em relação às condições das lavouras.
O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) estima que apenas 2,8% de toda a área plantada de soja em Mato Grosso foi colhida até esta semana. A estiagem na época do plantio e as constantes chuvas nas três primeiras semanas deste mês atrapalharam o processo. Na comparação entre a safra deste ano com a do ano passado, há um atraso de 7,1%. A região sul/sudeste do Estado colheu até esta semana cerca de 2,9% da área total, conforme o Imea. A colheita na região oeste do Estado é a mais adiantada, com 5,7% da área total.
O Grupo Bom Futuro, sediado em Rondonópolis, plantou nesta safra 175 mil hectares de soja em todo Mato Grosso, sendo cerca de 25 mil hectares na região sul do Estado. O diretor da área de sementes da Bom Futuro, Francisco José Soares Neto, estima que a área do Grupo colhida na região sul de Mato Grosso não chega nem a 5% da área plantada, mas observa que a produtividade média verificada neste começo está acima da obtida pelo Grupo no ano passado.
Francisco Neto calcula que vêm obtendo, até o momento, produtividade média de 54 sacas por hectare na esfera estadual e uma média de 55 sacas por hectare na região sul do Estado, com fazendas em Rondonópolis, Itiquira e Pedra Preta. Ele observa que a ferrugem asiática não tem prejudicado o Grupo até o momento, ressaltando que a estiagem na fase inicial da lavoura colaborou com a situação mais amena quanto à doença. “Estamos controlando a doença sem causar danos”, explicou.
Nas fazendas do Grupo Bom Jesus, também com sede em Rondonópolis, a corrida é para colher a soja superprecoce e garantir o plantio da segunda safra, com algodão, cultura que passa por excelente fase de preços. A colheita nas fazendas do Grupo na região sul de Mato Grosso iniciou no começo da semana passada. O tempo bom ao longo desta semana foi crucial para o avanço da colheita. A expectativa é que o processo se intensifique a partir de 15 de fevereiro próximo. Em todo o Mato Grosso, o Grupo plantou cerca de 105 mil hectares com soja nesta safra. Somente na região sul foram plantados cerca de 32 mil hectares com soja.
Conforme a Bom Jesus, a colheita já atinge aproximadamente 15% da área plantada na região sul do Estado. Quanto à produtividade, repassou à reportagem do Jornal A TRIBUNA que possui potencial para produzir uma média de 50 sacas por hectare tranquilamente. No entanto, devido à falta das chuvas até o fim de dezembro, a resposta está sendo um pouco menor. A média de produtividade verificada na região tem sido de 48 sacas por hectare nestas variedades precoces. Mesmo assim, relata haver campos mais privilegiados, em relação às chuvas, com médias acima de 50 sacas por hectare.
O Grupo Bom Jesus  também conta que não apresenta problemas relativos à ferrugem até o momento. O mercado de preços também agrada. “Estamos otimistas”, resumiu representante do Grupo.
Mato Grosso plantou nesta safra algo em torno de 6,2 milhões de hectares com soja, segundo o Imea. Somente a região sul/sudeste plantou cerca de 1,4 milhão de hectares da oleaginosa.