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Rondonópolis
, 12 maio 2024
 
 

Setor espera que próximo presidente contemple logística e dívida em MT

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O próximo presidente da República, a ser eleito neste domingo (03/10), tem pela frente grandes desafios a serem administrados na agricultura nacional, em especial em Mato Grosso, o maior produtor de soja, algodão e gado bovino do país. Apesar da alta eficiência produtiva, a agricultura mato-grossense reclama sofrer acentuada perda de rentabilidade em face à grave deficiência logística. Além de cobrar mais investimento em infraestrutura, a categoria espera ainda que o próximo governo equacione problemas relativos ao endividamento agrícola e à legislação ambiental.
Nessa perspectiva, o vice-presidente técnico da Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso, Elton Hamer, argumenta que espera que o novo presidente do Brasil possa acelerar a infraestrutura de Mato Grosso, a exemplo das ferrovias e outras formas de escoamento da produção. Por isso, atesta que o governo federal tem de garantir um choque de investimento em infraestrutura para viabilizar o escoamento da safra e, consequentemente, o desenvolvimento do Estado. Ele entende que Mato Grosso não pode depender apenas de uma ferrovia que avança lentamente e ainda com uma única concessionária.
Ainda na questão dos modais de transporte, Elton Hamer diz que o setor agrícola do Estado anseia que o transporte fluvial e mais ferrovias possam, enfim, sair do papel, visando tornar os produtores estaduais competitivos. O cálculo é de que os produtores mato-grossenses gastam em média 35% em transporte para viabilizar a produção. Uma esperança de fortalecer a logística estadual, segundo o líder agrícola, é que as Parcerias Público Privadas (PPPs) sejam incrementadas na próxima gestão. Ele externa que outra prioridade é o equacionamento do passivo do endividamento agrícola, principalmente na região sul do Estado, visando o prosseguimento da atividade.
Para o vice-presidente sul da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), José Rezende, os produtores estaduais possuem alguns sérios problemas mal resolvidos. Ele pontua que um desses problemas é que Mato Grosso arrasta o endividamento agrícola ainda da crise de 2005/06, apesar das três últimas safras superavitárias. Nessa questão, afirma que o maior bolsão do endividamento no Estado está localizado na região sul, a de Rondonópolis. “O governo tem acenado, desde então, com soluções paliativas, que não resolvem o problema”, reclama, esperando que o futuro governante possa mexer no cerne da questão, a exemplo de redução de juros, maior carência e alongamento de prazos.
José Rezende também não esquece de citar que o governo federal deve contemplar a solução da deficiência logística em Mato Grosso. O representante da Aprosoja enfatiza que os produtores não contam com rodovias decentes e encaram um frete muito alto, encarecendo a produção estadual. Nesse sentido, observa que faz 10 anos que o governo federal patina para trazer a ferrovia até Rondonópolis. Aliás, destaca a necessidade de se investir em mais alternativas de transporte, a exemplo das hidrovias, o que amenizaria o alto custo de produção. Outro assunto que merece mais atenção da presidência, segundo ele, é referente aos altos juros pagos pela agricultura, contribuindo ainda mais para majorar o custo de produção e tirar a renda da categoria.
O senador Gilberto Goellner, outro líder agrícola de Mato Grosso, também pontua que é fundamental que o novo presidente venha dotar o Estado da infraestrutura necessária, tanto em rodovias, ferrovias e hidrovias. Na área rodoviária, o senador cita a importância da duplicação total da BR-364 em Mato Grosso, entre Alto Araguaia e a divisa com Rondônia, e de toda a BR-163 no Estado, incluindo até o trecho existente no Pará. Em termos de ferrovias, citou a execução da Leste-Oeste em solo mato-grossense e, em termos de hidrovias, lembrou da Teles Pires-Tapajós e da Paraná-Paraguai. “O governo não tem uma estratégia de colocar as hidrovias como prioritárias”, lamentou.
Com a experiência em Brasília (DF), Gilberto Goellner observou que há uma grande dificuldade do setor energético em compatibilizar a produção de energia com a navegação nos rios. “Tão importante quanto gerar energia é a navegação”, esclareceu, acrescentando que é fundamental que tenha uma coordenação entre os Ministérios para que haja o crescimento do País. “O transporte hoje está inviabilizando a produção agrícola de Mato Grosso”, repassou. Ele lembrou ainda que toda essa preocupação tem de estar acompanhada da estruturação dos portos marítimos brasileiros, visando atender a crescente produção agrícola nacional.
Finalizando, o líder agrícola Gilberto Goellner não esqueceu de citar da necessidade do governo federal incentivar a mudança da base econômica de estados como Mato Grosso, centrada atualmente na economia agrícola de grãos e fibras. Uma das alternativas que se desponta está no plantio de florestas, visando o aproveitamento da madeira. Trata-se, segundo o senador, de uma interessante opção, principalmente na região sul do Estado, ocupando áreas degradadas da pecuária. Essa mudança, segundo o senador, passa por incentivos do governo para maturação do ciclo das florestas plantadas em áreas de cerrado, a exemplo de apoio creditício e formação de mão-de-obra especializada, entre outros.

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