Os produtores de arroz obtiveram uma vitória com a alteração de pontos previstos na Instrução Normativa (IN) número 6 do Ministério da Agricultura e Abastecimento, que rege a classificação da produção brasileira do grão destinado à alimentação. De acordo com o diretor do Sindicato da Indústria da Alimentação de Rondonópolis e Região Sul do Estado de Mato Grosso (Siar-Sul), Lázaro Modesto, com a Instrução, os produtores serão obrigados a fazer altos investimentos em tecnologia no intuito de melhorar a produção do arroz produzido.
A normativa passou a vigorar na segunda-feira (01/03), no entanto, por causa do entendimento entre produtores e o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, ficou assegurada a alteração de três pontos em relação ao novo padrão de classificação do cereal. Entre as alterações propostas estão a mudança nos percentuais de tolerância na classificação do arroz amarelo de 0,5% para 1%; do vermelho de 1% para 1,5% e do gessado de 2% para 1%. Pela norma antiga o arroz era classificado pelo Defeito Geral Agregado – DGA. Esse índice para o arroz tipo 1, somando todas as imperfeições, não poderia ser superior a 4%. Pela IN 6 as deformidades passaram a ser analisadas individualmente. Assim, caso uma delas ultrapasse a 1%, mesmo que todas as outras estejam zeradas, o grão será rebaixado para tipo 2.
Conforme o diretor do Siar-Sul, Mato Grosso é diretamente atingido, já que a produção hoje é dificultada por se tratar de terras altas, o que requer mais investimento em adubação na preparação do solo, o que implica na hora da classificação do grão. “Isso faz o arroz ficar mais escuro e geralmente é classificado como tipo 2”, afirmou o diretor Lázaro Modesto, que é proprietário de uma beneficiador de arroz em Rondonópolis.
Lázaro Modesto representou o Siar-Sul na reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Arroz, na cidade Camaquã (RS), durante 20ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz, realizada no dia 26 de fevereiro. Na ocasião, segundo o diretor, foi apresentada a conjuntura de safra e comercialização pelos analistas da Companhia Nacional de Abastecimento. Um dos destaques do encontro também foi a discussão sobre a Instrução Normativa 06 e os impactos do El Niño na safra de arroz gaúcha e tendências climáticas para 2010.
Diante da quebra em cerca de 15% da produção de arroz no Rio Grande Sul, que detém o título de maior produtor do Brasil, com cerca de 62%, o produtor mato-grossense tem a oportunidade de aumentar a participação no mercado nacional. Para isso, ele deve investir em sanidade, adubação, sementes certificadas e alem de fazer o plantio na época certa.
Mato Grosso atualmente está em terceiro lugar, com produção estimada de 803 mil toneladas, e área plantada de 286 mil hectares na safra 2009/2010, segundo a Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), ficando atrás dos estados do Rio Grande do Sul e Maranhão.
Segundo a Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, a legislação anterior era de 1988, então foi preciso adequar as regras à realidade dos mercados nacional e internacional. O conteúdo foi elaborado pelo Mapa em conjunto com os representantes da cadeia produtiva. O projeto, que passou por consulta pública, também foi motivo de debate em inúmeras reuniões do setor.
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