Mesmo sem perspectiva de bons preços e com alta dependência dos leilões do governo, a projeção é de que os produtores de Mato Grosso insistam no milho safrinha nesta safra. A aposta da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) é de que não haja redução de área plantada com milho safrinha no Estado, havendo até leve alta. O milho safrinha é plantado logo após a colheita da soja precoce.
Na região sul de Mato Grosso, alguns produtores da Serra da Petrovina, a exemplo dos municípios de Alto Garças e Pedra Preta, já deram a largada para o plantio do milho safrinha, há cerca de três semanas. A partir da próxima semana, a expectativa é de que o plantio do milho safrinha se intensifique nos demais municípios da região sul, a exemplo de Itiquira, quando se acelera a colheita da safra de soja.
Conforme o vice-presidente sul da Aprosoja-MT, José Rezende da Silva, a maioria dos produtores vai plantar o milho safrinha esperando vender a produção para o governo federal, via prêmios. Ele estima que, na safra passada, quase 90% da produção de milho foi vendida ao governo. Tendo como base a safra passada, a saca de milho saiu nos leilões realizados pelo governo entre R$ 13,00 e R$ 13,50 em média.
Apesar do mercado pouco atraente, José Rezende argumenta que o milho safrinha acaba sendo uma interessante opção em nome da rotação de cultura, inibindo que os nematóides ganhem espaço. Além disso, o profissional entende que, de qualquer forma, é um fluxo de caixa ao produtor. “Mesmo com perspectiva de preço baixo, prejuízo o produtor não deve ter”, estimou, lembrando que deve haver uma busca pela redução do custo de produção.
Para muitos analistas, as sobras de safra e o grande volume de milho estocado nos armazéns de Mato Grosso são um empecilho para o armazenamento da safrinha. “Ninguém deve deixar de plantar o milho safrinha”, ponderou José Rezende, observando que o volume estocado tem diminuído devido à necessidade de abrir espaço para a soja.
A safra de verão de milho, no entanto, teve significativa redução em Mato Grosso, em função da perda de competitividade em relação à liquidez da soja. “Na minha avaliação, a tendência é de que o milho de safra diminua cada vez mais”, avaliou.
ESTIMATIVA – A previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é de que Mato Grosso plante 1,509 milhão de hectares com milho safrinha, com uma produção estimada de mais de 6,557 milhões de toneladas de grãos. Para o Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea), a estimativa é de que seja plantada 1,7 milhão de hectares, com uma produção de mais de 8 milhões de toneladas de grãos de milho.
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