Nos campos da paleta do meu coração,
um amor daltônico e tímido desabrochou;
em tons confusos, alegria, tristeza e aflição,
pintando um quadro triste, que me emocionou.
Do verde e vermelho ardentes ao azul sereno,
esse amor multicolorido se confunde, se mistura;
e apesar dos tons, vejo uma chama, um aceno,
a luz que brilha e ilumina o amor com ternura.
Não importa as cores que pintam em meu destino.
Pois a beleza está na essência do sentimento;
no carinho que me envolve, me faz sentir vivo.
Por isso, mesmo com um amor assim, sinto-me feliz.
Embora daltônico, imperfeito, é um sentir pigmentado.
Que, aos poucos, me faz sentir amado, sem ver cor ou matiz.
(*) Jorge Manoel – jornalista, professor, intérprete e poeta