Pensava que Deus fosse assim
Velhinho de barba comprida
Cabelos longos branquinhos
Apoiado numa bengala
Tranquilo e sorridente
Tinha o olhar meio severo
A boca murchinha sem dente
Sua morada era o céu
Pastorando carneirinhos
Gostava de tomar café
Na casa de algum vizinho
Preocupado com crianças
Para não sofrerem com nada
A cada uma deu um anjo
Chamado anjo da guarda
Na noite de Natal
Vestido de papai noel
Trazia lindos presentes
Que fabricava no céu
Quando nascia uma criança
A cegonha que trazia
Ele pedia cuidado
Não machuque as criancinhas
Gostava de molhar a terra
Com a chuva lá do céu
Para não molhar os cabelos
Deus colocava chapéu
(*) Arlete Alves Arcoverde é poeta e moradora em Rondonópolis