Um dirigente do futebol japonês negou neste domingo as acusações de pagamento de subornos à Confederação Sul-Americana (Conmebol) para agradecer o apoio na escolha do país como uma das sedes da Copa do Mundo de 2002.
“É impossível”, afirmou o presidente de honra da Associação Japonesa de Futebol (JFA), Junji Ogura, depois que a imprensa espanhola acusou a JFA de ter pago 1,5 milhão de dólares à Conmebol no ano 2000 como forma de agradecimento pelo apoio à organização do Mundial no Japão – em colaboração com a Coreia do Sul.
“Na época, não tínhamos uma quantia assim a nossa disposição”, disse Ogura, antes de afirmar que o Japão foi escolhido como uma das sedes da Copa de 2002 quatro anos antes do pagamento do suposto suborno, o que deixaria o pagamento sem sentido.
O Japão foi escolhido sede do Mundial-2002 no ano de 1996, em um processo muito disputado, no qual a Coreia do Sul também foi selecionada como sede. A Copa de 2002 foi a única disputada em dois países até hoje.
O atual presidente da JFA, Kuniya Daini, citado pelo jornal Yomiuri Shimbun, afirmou a federação pretende verificar a denúncia.
O jornal esportivo As, que cita um funcionário anônimo da Conmebol chamado de “Confidente X”, afirma que o pagamento de 1,5 milhão de dólares foi efetuado pelo ex-presidente de honra da JFA, Ken Naganuma, falecido em 2008.
O paraguaio Nicolás Leoz, ex-presidente da Conmebol (1987-2013), teria depositado 1,2 milhão de dólares em sua própria conta bancária, enquanto o restante teria sido destinado ao secretário-geral da entidade na época, o argentino Eduardo Deluca, e à intermediária entre a Conmebol e a Fifa, a colombiana Zorana Dannis, segundo a denúncia do As.