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Separatistas rejeitam acordo na Ucrânia e se recusam a se desarmar – 09h38′

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SLAVIANSK, Ucrânia – Os “homens de verde” armados, que segundo Kiev são militares russos e de acordo com Moscou “grupos locais de autodefesa”, ainda controlam a cidade de Slaviansk, dominada há seis dias. Em Donetsk, onde os separatistas proclamaram uma “república soberana”, a administração local do governo também permanece ocupada. Nesta sexta-feira, separatistas pró-Moscou do Leste da Ucrânia mantêm o controle dos prédios tomados e se recusam a se desarmar, enquanto exigem renúncia do governo pró-Ocidente de Kiev, medida contemplada no acordo anunciado na quinta-feira em Genebra.

Representantes de Rússia, Ucrânia, Estados Unidos e União Europeia alcançaram um consenso para o desarmamento de grupos separatistas no Leste ucraniano e a desocupação dos prédios públicos ocupados por eles em 11 cidades nas últimas semanas. O acordo, considerado ambicioso, foi assinado em Genebra, mas sua eficácia dependerá, na prática, das decisões emanadas do Kremlin. O documento prevê ainda uma anistia para os que entregarem as armas, exceto para os que cometeram assassinatos.

– Estamos de acordo que os edifícios devem ser desocupados, mas antes (o primeiro-ministro Arseni) Yatseniuk e (o presidente Olexander) Turchynov devem sair dos locais que ocupam ilegalmente desde o golpe de Estado – declarou Denis Pushilin, um dos líderes dos separatistas.

O acordo também estipula que o processo constitucional anunciado pelo governo de transição seja “transparente” e incluia todas as regiões ucranianas, assim como todas as entidades políticas.

– Primeiro Kiev deve desarmar o Pravy Sektor (movimento nacionalista ucraniano paramilitar), a Guarda Nacional (criada recentemente para integrar as unidades de autodefesa) e as outras formações ilegais. Depois, eventualmente, entregaremos as armas – declarou Kirill Rudenko, um dos porta-vozes dos insurgentes.

Na quinta-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, admitiu que não descarta uma intervenção das tropas do país na Ucrânia e referiu-se ao Leste da nação vizinha como parte da “nova Rússia”, reforçando que “só Deus sabe” por que a região se tornou território ucraniano. Foi a primeira vez que Putin recordou publicamente a autorização dada pelo Senado russo para uma eventual ação de seu Exército na Ucrânia – e que ele lembrou em público ter essa carta na manga. E ele foi além:

– Claro que nossos homens estavam por trás das unidades de autodefesa da Crimeia – admitiu Putin numa espécie de entrevista coletiva, transmitida na TV, em que as perguntas chegavam dos espectadores por telefone. – Tínhamos de garantir que o que ocorre agora no Leste da Ucrânia não acontecesse lá.

Putin se referia à suposta ameaça aos russos étnicos na península ucraniana, usada como pretexto para a anexação da região à Rússia. Perguntado sobre quem eram os homens de uniforme verde e sem insígnia que surgiram na Crimeia na época do referendo separatista, o presidente respondeu que eram soldados russos, mobilizados para garantir que os moradores da Ucrânia pudessem votar na consulta e não fossem atacados.

Kiev rejeita a “federalização”, mas admite a ideia de uma descentralização importante. Apesar da eleição presidencial antecipada estar programada pra 25 de maio, o governo interino – resultado de uma revolta popular que derrubou no fim de fevereiro o presidente pró-Moscou Viktor Yanukovytch – divulgou um decreto na quinta-feira para preparar a descentralização até 1º de outubro.

As seguidas tentativas de demonstrar poder líder russo têm alimentado a desconfiança do Ocidente, e não foi diferente após a assinatura do acordo em Genebra.

– Será um teste para a Rússia realmente mostrar se está disposta a manter a estabilidade nessas regiões – disse o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andriy Deshchytsia.

O presidente dos EUA, Barack Obama, também levantou dúvidas.

– Não podemos estar seguros de nada neste momento. Acho que existe a possibilidade de que a diplomacia talvez reduza a escalada que caracteriza a atual situação – disse Obama, reiterando que sanções adicionais à Rússia estão previstas.

Mais cedo, o secretário de Estado americano, John Kerry, declarara que novas retaliações à Rússia podem ser aprovadas “caso não haja uma desescalada na crise ucraniana”.

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