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Com saúde frágil, García Márquez viveu últimos anos recluso – 16h59′

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RIO – A última aparição pública do escritor colombiano Gabriel García Márquez foi em 6 de março, dia do seu aniversário de 87 anos. De blazer cinza, camisa azul clara e com uma flor amarela na lapela, o escritor foi até a porta de sua casa, na Cidade do México, e acenou para dezenas de jornalistas que o aguardavam e esperavam por uma palavra sua. Gabo apenas ouviu a tradicional canção de aniversário mexicana “Las mañanitas” e foi embora sem dar declarações. A comemoração em família ocorrera dois dias antes, em um almoço.

A aparição causou surpresa. Após seu irmão mais novo, Jaime, revelar ao mundo que o escritor sofria de demência senil e que não escreveria mais histórias, em julho de 2012, Gabo, como o escritor é chamado, praticamente se retirou da vida pública. Em novembro de 2013, num encontro da Fundación Gabriel García Márquez para el Nuevo Periodismo (FNPI), instituição criada por ele em 1994, muitos amigos já se referiam ao escritor no passado.

Vê-lo se tornara uma missão difícil, principalemente por conta do rígido controle imposto por Mercedes Barcha, conhecida como “La Gaba”. Casada com García Márquez desde 1958, ela é responsável por controlar seus encontros e sua presença em eventos públicos.

Para o jornalista Eric Nepomuceno, amigo do escritor e tradutor de sua obra no Brasil, Gabo não está distante, mas deixou de se expôr tanto. Em entrevista ao GLOBO, em dezembro passado, ele disse que “talvez existam íntimos que não eram tão íntimos assim”.

Apesar de reverenciado na Colômbia, em Aracataca, sua cidade natal localizada no extremo norte do país, há um certo desdém pelo filho ilustre. Para os jovens do município pobre, de 22 mil habitantes, falar de Gabriel García Márquez é algo fora de moda, restrito aos mais velhos. O mural que dá boas-vindas à cidade e traz o rosto do escritor foi vandalizado no ano passado. Em 2006, foi proposto a mudança do nome do município para Aracataca-Macondo. Era para ser uma homenagem ao escritor, mas o plebiscito teve alta abstenção e foi cancelado.

Curiosamente, em Aracataca, seus livros são pirateados para atender aos turistas. Nem no museu erguido em sua homenagem há obras à venda. Os poucos moradores que aceitam falar sobre ele costumam dizer que ele é “mexicano” – numa referência ao fato de o escritor ter se mudado para o México na década de 1960.

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