CAIRO – Numa onda de julgamentos em massa contra membros da Irmandade Muçulmana, a promotoria egípcia determinou nesta quarta-feira que 919 integrantes do movimento ao qual pertence o ex-presidente Mohamed Mursi sejam julgados por acusações que vão de terrorismo a assassinato. Os réus serão julgados na província de Minya, onde no início desta semana um juiz condenou 529 integrantes da Irmandade à pena de morte sob diversas acusações, incluindo assassinato.
Segundo a agência de notícias estatal, as novas acusações estão ligadas aos incidentes violentos de agosto do ano passado, ocorridos depois que acampamentos de partidários de foram dispersados à força pelas forças de segurança.
Os julgamentos em massa geraram ainda protestos, com estudantes saindo em passeata na Universidade do Cairo. A manifestação terminou em confronto dos jovens com policiais, com a morte de uma pessoa e 14 feridos.
Em frente à universidade, no centro da capital egípcia, dezenas de policiais disparam gás lacrimogêneo contra os estudantes que protestavam contra a sentença de morte para mais de 500 réus.
Um organizador do protesto afirmou que o morto era um estudante do ensino médio que foi baleado, enquanto o Ministério do Interior assegura que ele era um estudante da Universidade Islâmica Al-Azhar de Tanta, no Delta do Nilo.
Confrontos entre estudantes islâmicos e policiais deixaram 16 feridos também em Zaqaziq, no norte do país.
Desde a destituição e a prisão de Mursi em julho, a polícia e os militares têm reprimido violentamente qualquer manifestação dos seus partidários.