Mais um trágico feminicídio ocorreu em Rondonópolis. Um caso desolador e que traz questionamentos sobre a proteção das instituições às mulheres vítimas de violência.
A morte da jovem Yasmin Farias Cardoso, de 27 anos, é realmente uma tragédia anunciada e, neste caso, de uma vítima que seguiu o que manda “a cartilha”: se afastou do agressor, o denunciou à polícia, obteve medida protetiva e mantinha consigo o botão do pânico. Mesmo assim, acabou assassinada.
Ao mesmo tempo, o agressor era reincidente, já havia cometido violência doméstica contra a ex-mulher. A denúncia de Yasmin, feita há apenas 14 dias de sua morte, era mais uma. Ainda assim, o criminoso estava livre. Em liberdade para invadir a casa da vítima, local onde esta deveria se sentir protegida, e tirar a sua vida.
Diante desse caso não há como não questionar. É claro que as medidas protetivas ajudam, o botão do pânico pode contribuir para garantir mais segurança para as mulheres vítimas de violência, mas sozinhos não são suficientes. É preciso mais, e o mais importante, as instituições devem avaliar e entender onde está o erro e o que se pode fazer além.
A verdade é que as mulheres continuam sendo vítimas de feminicídio mesmo após mudanças na lei, com a criação da lei Maria da Penha, com a instituição do feminicídio como uma qualificadora de um crime e com uso de tecnologias na proteção como o botão do pânico.
Então, é preciso reavaliar e entender quando há omissão das instituições, ou erros, ou equívocos que levaram o sistema de proteção falhar, para que casos assim não voltem a ocorrer. É necessário corrigir e mudar o que não funciona.
É fundamental buscar respostas e compreender onde está a falha, porque se uma mulher é assassinada mesmo depois de seguir toda “a cartilha”, fazer tudo o que é recomendado pela justiça e pelos órgãos de segurança, o sistema está errando ou está errado.
Infelizmente, a violência contra a mulher é realmente um grande problema atual da nossa sociedade e que tem vitimado mais e mais mulheres nos últimos anos, mesmo com o avanço nas leis e nas medidas de proteção. E, se tudo isso ainda é insuficiente, é momento de reavaliar e não se omitir.