
O Governo de Mato Grosso declarou, como mostrou o A TRIBUNA, situação de emergência no Estado devido a seca severa e aos incêndios florestais que atingem diversas regiões e estão nos levando a viver sufocados pela fumaça.
A medida levou em consideração as condições climáticas e meteorológicas adversas em Mato Grosso, de estiagem prolongada, altas temperaturas, ondas de calor, baixa umidade relativa do ar e ventos intensos. Condições estas favoráveis à ocorrência dos incêndios
Esse cenário catastrófico no Estado é causado pelo pior período seco já enfrentado por mais da metade do país nos últimos 40 anos, segundo levantamento do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemade).
Segundo a especialista em secas e pesquisadora do Cemaden, Ana Paula Cunha, esta é a primeira vez em anos de monitoramento que se observa uma seca tão longa e expandida pelo país, fora dos estados do semiárido nordestino.
Ela observa que quanto mais tempo esse cenário durar, mais impactos causará e será mais difícil a recuperação. Ela observa que a situação é tão grave que serão necessários ciclos de chuva acima da média para ajudar a amenizar o quadro atual, o que não deve acontecer no próximo ciclo.
Portanto, a quantidade de chuva insuficiente aliada com o aumento da temperatura afetará os rios, que estão cada vez com menos água.
E não só isso, a seca deixa a vegetação ressecada e mais vulnerável ao fogo, que vem sendo vítima da ação humana. Este ano, conforme o Cemadem, a temporada de queimadas começou antes do previsto e mais grave do que antes, o que preocupa especialistas.
Geralmente, o fogo começa em setembro, que é também o pico do período seco. Segundo os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o número de focos de incêndio registrados no país no mês passado foi o pior em 14 anos.
Em Mato Grosso, este ano, a concessionária da BR-163, a Nova Rota do Oeste, informou, conforme noticiado pelo A TRIBUNA, nesta edição, que o número de atendimento a incêndios às margens da rodovia em agosto deste ano foi o maior registrado desde 2015.
Este cenário climático cada vez mais hostil não pode continuar ignorado. Deve servir de alerta para que não se perca mais tempo na implementação de medidas efetivas, por parte dos governos, não só daqui, como de todo o mundo, para combater o aquecimento global, sob pena de um futuro catastrófico para o planeta.
Não se pode mais esperar para agir e essa ação precisa ser global, apesar de que a implantação de medidas sustentáveis e a preservação ambiental local também têm sua importância neste processo.