Com minha xícara de café fervente.
Sentado à mesa, tristonho e cabisbaixo.
Recebo a visita de quem vejo por acaso.
A morte, vestida de negro e imponente.
Naquele instante, meu coração se agita.
Ao vê-la ali, tão próxima e desafiadora.
Mas diante da triste sina que me aflora,
decidi enfrentá-la nessa hora maldita.
Enquanto o aroma do café me envolve.
Pergunto-lhe o motivo de seu encontro,
comigo, pobrezinho, neste canto obscuro.
Ela responde, com sua voz tão rouca e fria.
Que minha hora é qualquer hora, sem socorro.
E que minha sorte se dissipa, dia após dia.
(*) Jorge Manoel é jornalista, professor, intérprete e poeta