A poluição pelo esgoto

Ele corta praticamente toda a cidade de Rondonópolis, no passado foi muito utilizado pelos moradores para banho e pesca, mas enfrenta a ação humana. O ribeirão Arareau respira com dificuldade, já que suas águas são diariamente alvo de esgoto. Esgoto que é lançado por nós moradores de forma irregular, esgoto lançado pelo Município que não fiscaliza essa situação. Além do despejo corriqueiro, que prejudicada tanto o Arareau e além de tudo promove mau cheiro em diversos pontos da cidade, na última segunda-feira (11) um vazamento de uma rede do Sanear provocou a matança de peixes, e ainda causou muito desconforto para quem vive próximo ao Arareau.
A situação, conforme a autarquia, se deu devido ao entupimento da rede provocada por lixo acumulado. O Sanear apontou mau uso da rede de esgoto, e ainda disse que todos os dias realiza pelo menos 20 desobstruções. Pode ser, já que do ser humano se espera de tudo, mas pode ser também que o nosso sistema de esgoto seja absolutamente frágil. Acompanhamos nos últimos tempos diversos vazamentos da estação elevatória da Vila Canaã. A quantidade absurda de efluentes que chegou ao Rio Vermelho, deixando uma mancha escura nas águas por quilômetros e impedindo a pesca, é um dos exemplos dessa fragilidade. É preciso olhar com mais atenção para essa situação, já que aparentemente acidentes envolvendo a rede de esgoto por aqui não são exceção, mas praticamente uma regra.
No caso do vazamento desta semana, se trata somente de entupimento? Os moradores do Jardim Assunção já sofreram em outra “oportunidade” recente com o extravasamento dos efluentes. Não seria, talvez, um problema um pouco mais profundo? A questão é tratada como acidente, mas até quando teremos acidentes deste tipo? O mau cheiro que exala do Arareau, que é percebido por quem vive às suas margens e também quando passamos de carro nas pontes da cidade, é muito ruim para os moradores, para a imagem da cidade e para o Ribeirão, que segue para o Rio Vermelho, que segue para o Pantanal. Os olhos carinhosos do poder público que são voltados para o Arareau nos mutirões de limpeza promovidos, poderiam se repetir com relação ao despejo de esgoto clandestino que assola o Rio que corta a cidade.