É tarde, Presidente!

Estamos vivendo dias decisivos para o futuro da presidente Dilma Rousseff, e, do Brasil. A comissão do impeachment no Senado Federal segue seus trabalhos ouvindo prós e contras, defensores e acusadores, e já dando uma ideia de que os dias de Dilma no governo estão contados. De acordo com o calendário aprovado pela comissão, para hoje (3), estão agendados mais depoimentos, em defesa da presidente Dilma. Amanhã, quarta-feira (4), é a vez do senador Antônio Anastasia (PSDB-MG) apresentar seu parecer pela continuidade ou arquivamento do processo no Senado.
Independentemente do resultado, o relatório será submetido, no próximo dia 11, ao plenário da Casa. Se aprovado, Dilma será notificada e imediatamente afastada do cargo por até 180 dias. Se rejeitado, o processo será arquivado. Não há dúvidas que é muito difícil o governo reverter a situação, pois dos 21 senadores da comissão, 16 são favoráveis ao impeachment, e apenas 5 contra. No plenário, dos 81 senadores, 41 são votos certos contra a presidente, e o afastamento de 180 dias, para que ela seja julgada de fato, já é uma certeza.
O fim desta questão ainda está distante, o Brasil deve sangrar por um bom tempo. A recessão assola o País, a economia está na UTI e tudo está parado à espera da solução política. Já ciente de sua queda, a presidente começa a disparar medidas, como o aumento do Bolsa Família, apenas para confrontar o vice-presidente Michel Temer.
Enquanto podia, Dilma praticamente abandonou a sua base eleitoral e militância, deixando as bandeiras sociais de lado e esfolando os seus próprios eleitores. É tarde, presidente! Dilma deve cair e o que se espera com tudo isso é que o Partido dos Trabalhadores lembre-se de sua luta do passado, quando sua bandeira era o trabalhador e não as empreiteiras e o dinheiro fácil.
A semana será bastante movimentada em Brasília, e a grande expectativa fica para o dia 11, quando os senadores terão a oportunidade de votar e explicar seus votos. Espera-se que a votação não chegue perto da vergonha histórica proporcionada pela Câmara Federal, aquele espetáculo grotesco. Que não seja pela filha, tia, sogra, cachorro ou torturadores… Que seja pela lei, pela base e entendimento jurídico e para o que for melhor para o Brasil.