35.3 C
Rondonópolis
 
 

Vidas marcadas

Leia Mais

- PUBLICIDADE -spot_img

Polícia Civil de Rondonópolis divulgou os dados referentes a crimes de estupro cometidos na cidade, no primeiro trimestre de 2016, em uma reunião que contou com a presença da imprensa, de representantes de órgãos públicos e entidades. Ao todo, 16 pessoas, incluindo crianças, foram violentadas sexualmente no Município. Não houve uma “explosão” deste tipo de crime como se comenta pelas ruas. Os números apresentam, inclusive, redução no comparativo com o mesmo período de 2015, mas são números que assustam e causam revolta em qualquer pessoa de bem.
Como em Rondonópolis, o Brasil também apresenta números oficiais, que são os casos em que a ocorrência foi registrada. Estima-se que pelo menos 50 mil pessoas sofram violência sexual anualmente no País. Números oficiais, obtidos a partir da papelada formal, mas que não correspondem à realidade.
O estupro é um dos crimes mais subnotificados que existem e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada estima que os dados oficiais representem apenas 10% dos casos ocorridos. Ou seja, o verdadeiro número de pessoas estupradas todos os anos no Brasil é bem maior, a estimativa: mais de meio milhão.
Outro fator também assusta: 50% dos estupros no Brasil são de crianças de até 13 anos e, desses, 68% são cometidos por pessoas próximas, como familiares ou amigos. O abuso sexual tem um impacto muito grande na saúde física e mental da criança e do adolescente, deixando marcas em seu desenvolvimento, com danos que podem persistir por toda vida.
O estupro é um crime extremamente íntimo, uma violação profunda, como pouquíssimas outras coisas são. Trata-se de um atentado à dignidade humana. Muitas vezes, a sociedade tende a culpar a vítima pelo crime. “Andar sozinha à noite? Pediu para acontecer!”. Quem nunca escutou algo do tipo?
Estupros acontecem porque estupradores cometem estupros. Porque veem uma mulher como objeto, esteja ela de saia curta ou de burca. Dizer que as vítimas têm responsabilidade pelo próprio estupro é cruel. Não julgue a vítima, julgue o agressor. Sempre.
Outro ponto que deve ser tratado: além de sofrer a violência, as vítimas, quando encorajadas a denunciar, enfrentam também o problema de encontrar profissionais despreparados para atuar neste tipo de situação. Por isso, as pessoas que lidam com esses casos (médicos, advogados, policiais, dentre outros) precisam demonstrar respeito.
A Polícia Civil em Rondonópolis deu um importante passo, tomou para si a responsabilidade, mostrou o problema e chamou todas as entidades e órgãos públicos que podem ajudar na busca por ações para diminuir esses dados na cidade.
Além disso, grande parte dos crimes já foi elucidada, e os autores encaminhados ao Poder Judiciário. O assunto é doloroso de abordar. Mas fugir não vai torná-lo menos terrível. É preciso coragem, façamos também a nossa parte denunciando.

- PUBLICIDADE -spot_img

DEIXE UM COMENTÁRIO

Por favor, digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

- Publicidade -
- PUBLICIDADE -

Mais notícias...

Chuvas afetam 781 mil pessoas no RS; mortes sobem para 75

As fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde a semana passada já afetaram mais de 780,7...
- Publicidade -
- Publicidade -spot_img

Mais artigos da mesma editoria

- Publicidade -spot_img