Estamos sangrando

Muito pertinente o desabafo da presidente do Conselho Municipal de Combate às Drogas, Creuza Diniz, em entrevista ao Jornal A TRIBUNA nesta edição de domingo (17/08), em relação à difícil luta travada contra as drogas em Rondonópolis, espelhando a realidade brasileira, na qual falta uma participação mais efetiva do Estado no tratamento dos dependentes químicos, tarefa hoje quase que exclusivamente assumida por entidades e igrejas diversas.
Sem apoio quase nenhum do poder público, a realidade é que o Conselho Municipal de Combate às Drogas não consegue cumprir o seu papel de acompanhar e efetivar as políticas necessárias de contenção à dependência química em Rondonópolis. A falta de recursos tem sido uma das grandes barreiras para conter a realidade das drogas, em especial no tratamento da dependência química. Prova disso é que em Mato Grosso não há hoje centros de recuperação para dependentes químicos, sob a gestão exclusiva do poder público.
Apesar de muito propalada pelas autoridades federais, a Política Nacional Antidrogas acaba não tendo reflexos nos municípios, os quais atestam muitas dificuldades em acessar os recursos existentes. O mais triste é que, diante da ineficácia das políticas públicas, o tráfico avança em cidades médias como Rondonópolis, com vários bairros e localidades onde a prática corre solta. Até em eventos da classe média alta as drogas são uma perigosa e evidente presença.
Não há como fugir mais desse problema. É e por isso que o combate ao tráfico e tratamento para a dependência química precisam ganhar uma atenção especial nestas eleições presidenciais, não apenas como assunto coadjuvante, mas como compromisso prioritário para o próximo governo. Assim como bem externou Creuza Diniz, estamos fracassando no combate às drogas, sem ter mecanismos para reverter essa situação! Ou se dá um basta nas drogas ou elas vão continuar avançando e destruindo a sociedade brasileira!