Um barril de pólvora

A situação da Penitenciária Major Eldo Sá Correa (“Mata Grande”), em Rondonópolis, conforme antecipado ontem pelo Jornal A TRIBUNA, é muito complicada. Se não bastasse os antigos problemas de insalubridade na estrutura da unidade prisional, há o agravante da superlotação, com cerca de 400 detentos a mais que a capacidade indicada. É um quadro extremamente complicado.
Para piorar, há o risco da Mata Grande receber ainda mais detentos com a decisão da Justiça em transferir presos da capital mato-grossense para o interior. O recebimento de mais detentos oriundos de Cuiabá tende a maximizar os problemas da Mata Grande, gerando mais deficiência de infraestrutura, aumento de conflitos e possibilidade de novos motins e rebeliões.
Vale ressaltar que a superlotação se tornou, nos últimos anos, um problema geral em Mato Grosso, em função do aumento da criminalidade. Para se ter uma ideia, o número de reeducandos passou de 3 mil para 12 mil em apenas oito anos. Isso mostra ainda o quanto a população está sendo refém da violência nos últimos anos e, acima de tudo, que o sistema prisional deve ser reformulado; não pode ser apenas um depósito de gente, mas uma estrutura realmente de recuperação de pessoas.
Diante da superlotação e possibilidade de receber mais detentos de outras regiões, mais uma vez a população de Rondonópolis fica temerosa com a Mata Grande… Afinal, junto com novos detentos vem possíveis comparsas e seus familiares, gerando novos problemas sociais na periferia e na cidade como um todo. O correto seria que cada presídio recebesse os delinquentes dos municípios da sua região, não de outras regiões, a não ser em casos excepcionais.
Agora é cobrar do Governo do Estado que a abertura de novas unidades prisionais realmente ocorra nos próximos meses, desafogando a inchada estrutura atual. A promessa é de que sejam abertas cinco novas unidades em diferentes cidades até o fim do ano. Além disso, é urgente que haja uma ampla reforma no prédio da Mata Grande. Medidas precisam ser tomadas urgentemente. Enfim, o alerta está dado…