Viva o povo brasileiro

O Brasil tem hoje pela frente mais uma eleição geral, o país depois de uma ditadura militar que durou grande parte dos anos 60, 70 e 80, voltou a votar para presidente em 1989, em uma das mais famosas eleições gerais já realizadas no país.
Naquele processo, em que Fernando Collor de Mello foi eleito, até as eleições que serão realizadas hoje muita coisa mudou, a começar pela maneira em que o eleitor está votando.
Em 1989, ao votar pela primeira vez para presidente depois da ditadura, o brasileiro em frente à urna, ainda via aquele fato como novidade, pois a última vez que o Brasil havia eleito um presidente da forma direta, como é hoje, foi em 1961, quando Jânio Quadros foi eleito, em uma história que todo mundo sabe. Jânio renunciou e assumiu o vice João Goulart, que deixou o poder e veio a ditadura em 1964.
O novo eleitor brasileiro, de 1989 prá cá, está mais crítico com o candidato, sabe e acompanha detalhes que podem mudar o seu voto. Hoje, o eleitor lê, assiste com lupa o programa eleitoral e não deixa escapar um detalhe deste ou daquele candidato, antes de votar. O candidato que no passado teve uma falha ou erro, sabe que com o nível atual do eleitor brasileiro ele será analisado e julgado pelo erro que cometeu de forma sumária.
Além do eleitor ter mudado nestes mais de 20 anos de eleições gerais no Brasil, os candidatos também mudaram de postura.
Hoje, os grandes comícios que arrastavam multidões em praças públicas viraram coisa do passado. Os comícios não podem mais ter shows musicais e outras atrações, como eram no passado, e desta forma motivar o eleitor para sair de casa e para ouvir discursos, não compensa para quem está na disputa. A estratégia hoje é fazer reuniões menores, mas com quorum qualificado, onde são ouvidas e debatidas as propostas com mais profundidade, fato que mostra que há sim uma evolução na discussão política em tempos de eleições.
Por outro lado, é claro que ainda não somos uma democracia perfeita, existem distorções em nosso processo eleitoral que ainda precisam ser corrigidas, mas não podemos negar, o país depois da abertura cresceu, melhorou e quem está mais ganhando com isso é o povo brasileiro, que aprendeu muito bem utilizar o direito de escolha dos seus governantes.