Muito além da fiscalização

A necessidade de se criar uma política eficiente para combater o crescente número de acidentes no trânsito do município vai muito além da realização de blitze fiscalizadoras ou educativas. Basta ver que anualmente a Polícia Militar, em determinados períodos faz esse tipo de fiscalização, que tem efeito imediato, na maioria das vezes na regularização da documentação, mas a longo prazo não. Pois, logo em seguida ao final de um grande período de fiscalização, o motorista (uma parte) volta a cometer irregularidades e se esquece da fiscalização, basta ver que os números do trânsito voltam à mesma estaca de antes, após períodos de fiscalização. É como aquele história de cobertor curto no inverno, cobre a cabeça, mas deixa os pés desprotegidos. A blitz resolve por uns dias e depois está tudo de volta como era antes.
Fora isso, há uma outra questão que tem que ser levada em consideração; os governos em todas as esferas têm o dever também de dar condições de segurança ao motorista, pedestre e motociclista, que vão desde ruas bem sinalizadas até mesmo vias em condições de trafegabilidade. Uma estrada esburacada é sinal de risco dobrado para quem trafega nela.
Não adianta fazer fiscalizações se as ruas têm uma sinalização precária; o motorista poderá até mesmo se conscientizar, mas devido a falta de um semáforo em uma área estratégica estará correndo risco e em muitas vezes não poderá ser culpado pelo acidente.
Mas ainda é preciso levar um outro aspecto em consideração: se houvesse uma verdadeira política de educação no trânsito, com toda a certeza não haveria necessidade de qualquer tipo de fiscalização mais pesada. A educação, no que se faz referência, não é um ciclo de palestras em escolas ou semanas de conscientização, e sim transformar o trânsito em disciplina do currículo básico da educação brasileira, desde a alfabetização até mesmo quando chegar à escola superior. Esta é a única forma de termos um trânsito mais eficiente, o restante ameniza o problema, mas com toda a certeza não resolve de forma alguma.