Os desafios de Silval

A tarefa do vice-governador do Estado, Silval Barbosa (PMDB), que tenta disputar a sucessão do governador Blairo Maggi (PR), no ano que vem, não será nada fácil. Barbosa, apesar de ser o nome do governador Blairo Maggi, terá dificuldades em algumas regiões, não pela figura política dele e sim pela conjuntura.
Um exemplo claro está aqui mesmo em Rondonópolis, pois nas eleições do ano passado, que ainda estão vivas na memória das pessoas que vivem aqui, o PR, partido do governador Blairo Maggi, foi o maior adversário do PMDB, partido de Barbosa.
Vale lembrar que, no meio de tudo isso, está o prefeito Zé Carlos do Pátio que durante o período em que foi deputado estadual fez oposição sistemática ao governador Blairo Maggi. Fora isso, o prefeito recebeu na campanha eleitoral deste ano, apoio do prefeito de Cuiabá, Wilson Santos (PSDB),  que é apontado como virtual adversário de Barbosa.
Publicamente, Pátio tem recebido Barbosa constantemente em seu gabinete, porém, não tem deixado Santos de lado. Basta ver, durante a Exposul deste ano, quando Pátio e Santos desfilaram por um lado, longe de Barbosa, que andou em companhia de políticos ligados ao PR.
Na segunda-feira, durante o encontro do PR, realizado na Câmara de Vereadores de Rondonópolis, Silval Barbosa sentiu que a dificuldade dele não é somente com Pátio. Alguns republicanos locais já torceram o nariz em ter que apoiar Barbosa, não por causa da pessoa do vice-governador, mas pelo fato de ter que andar junto com o PMDB, que para os republicanos significa estar de mãos dadas com o inimigo.
Por outro lado, uma união dos dois grupos talvez diminua as rusgas entre Estado e Município, uma vez que os dois lados, nos bastidores, têm travado uma batalha silenciosa. Basta ver a troca de farpas que ocorre em quase todas as reuniões entre os representantes da saúde do município e do Estado. Desta forma, caso Silval Barbosa ao menos consiga ajudar a trazer a paz, já será uma vitória. Mas isso não significa que com o apoio do PMDB e PR ele estará eleito. Até outubro do ano que vem muita água deve passar embaixo da ponte.