Bingos, um bem ou uma ameaça?

A divulgação da aprovação pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal (CCJ), da legalização dos bingos e casas de jogos no país, abre novamente uma discussão no seio da sociedade pela polêmica que provoca, com segmentos contrários e a favor. E muitos perguntam se essa liberação seria um bem ou uma ameaça à sociedade.
Por esta razão existe uma corrente favorável à liberação dessa atividade e tem feito um forte “lobby”  junto aos congressistas para a aprovação do projeto.
Na verdade, a liberação dessa atividade, desde que bem controlada pelo governo, pode sim significar uma ampliação no mercado de trabalho, abrindo novas oportunidades de emprego e geração de renda. Todavia, se deixado ao “Deus dará”, corre-se o risco da atividade ser encampada pelo crime organizado e mal utilizada para a lavagem de dinheiro, incluindo do narcotráfico, bem como para sonegações fiscais.
Não devemos esquecer, por exemplo, que todo jogo, seja ele permitido ou não, pode levar o jogador a uma compulsão, a um vício e por conseguinte a problemas para o indivíduo, que vão se reverter posteriormente em problemas para o Estado, que vai ter que cuidar desse paciente para tentar recuperá-lo.
Quanto ao problema das estruturas comerciais que deverão explorar essa atividade, é preciso que haja um controle rígido por parte da Receita Federal e dos organismos de segurança, para impedir que menores de idade frequentem esses locais e possam de alguma forma ser aliciados ou mesmo cooptados pelo lado negro do jogo, da jogatina, que todo mundo sabe que existe e conhece as suas nefandas consequências.
Por outro lado temos que tentar enxergar o lado bom do problema: com a aprovação dos bingos e casas de jogos, serão criados milhares de empregos diretos, a atividade pode movimentar a economia das cidades e, como foi dito, se bem controlado pode até significar divisas para o país, já que não podemos negar que o jogo, de certa forma, faz parte da cultura do brasileiro, e o próprio governo federal através da Caixa Econômica é o seu maior explorador.