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Santa Casa: Entidades defendem atual modelo de gestão

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Entidades debateram o assunto em uma reunião realizada na noite de anteontem – Divulgação

 

Um grupo de 27 entidades se reuniu, na noite da última quarta-feira (11), para discutir a crise financeira vivida pela Santa Casa e apontar possíveis saídas para contornar a situação e impedir que o hospital tenha que fechar as portas. Os representantes das entidades presentes defenderam que o grupo trabalhe para recompor as finanças da unidade hospitalar, mas externaram resistência quanto à possibilidade de a prefeitura ou o Governo do Estado virem a assumir a gestão, pois temem o aumento dos custos de manutenção da Santa Casa.

 

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De acordo com o advogado Stalin Paniago Pereira, presidente da subseção local da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a reunião foi importante para que os representantes de todas as entidades da sociedade civil presentes pudessem se inteirar melhor a respeito da origem da crise financeira do hospital e, dessa forma, unificar a posição de todas estas em relação ao assunto. “Era importante que nós todos entendêssemos que há a necessidade de resolvermos todo o imbróglio, toda a situação vivida pela Santa Casa. Em momento algum se discutiu ou se tentou identificar eventuais responsáveis pela situação. Se não houver propostas de solução dos problemas, o hospital de alta complexidade está na iminência de fechar as portas”, explicou.

Segundo ele, o grupo decidiu realizar mobilizações sociais e políticas em prol do hospital, assim como provocar uma maior interação com a atual diretoria da Santa Casa, para ajudar na solução dos problemas de gestão do hospital. “O que vamos tentar é identificar meios de angariar fundos para a manutenção da Santa Casa, públicos e privados. A primeira atividade será tentar sensibilizar o Consórcio Regional de Saúde, que representa os 19 municípios da região, para a necessidade de um aporte maior para a Santa Casa, além de realizarmos ações coletivas para angariarmos fundos, assim como ações políticas para ajudar na liberação de emendas (parlamentares) que já foram prometidas”, completou o presidente da OAB.

 

Para o presidente da Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Rondonópolis (Acir), Ernando Cabral Machado, ainda pairam muitas dúvidas sobre a origem das dívidas do hospital, o que dificulta a luta para se resolver a questão. “Primeiro, vamos parabenizar o Grupo de Mulheres que conseguiu unificar as entidades e fazer uma apresentação para mostrar a todos a situação da Santa Casa. Nós mesmos, da Acir, não tínhamos o conhecimento da real gravidade. Foi a partir delas que passei a conhecer melhor a situação. Nós nos propomos a participar e ajudar para não deixar a Santa Casa fechar. Agora, eu imagino que a população tem que fazer uma gestão política para virem as emendas para cobrir o deficit e recompor o caixa do hospital. Também temos que atentar para o fato de que os valores pagos pelos procedimentos estão defasados e acho importante informar as pessoas que os valores não são repassados de graça para a Santa Casa. O que se chama de repasse, na verdade, é o pagamento pelos serviços prestados e que o SUS paga. E esses valores são abaixo do que custa os procedimentos e daí que vem o deficit do hospital”, declarou o líder empresarial.

No seu entendimento, outra bandeira que a sociedade tem que abraçar junto com a defesa da Santa Casa é a manutenção do seu atual modelo de gestão, que é um hospital filantrópico, pois a transferência da sua gestão para a prefeitura ou para o Governo do Estado poderia significar um aumento nos custos de manutenção da unidade. “Os valores pagos para a Santa Casa de Cuiabá são superiores aos pagos para a de Rondonópolis. Será que os serviços de lá são melhores? Eu duvido. Hoje, o valor de uma UTI gira em torno de R$ 2 mil, mas o Governo paga só R$ 1.300 por ela. Se pegarmos essa defasagem de uns dois anos para cá, você descobre o deficit da Santa Casa. O problema dela é que entra menos dinheiro do que aquilo que ela tem que pagar. Há problemas de gestão, porém, não se trata de irregularidades, mas os processos estão defasados, precisa atualizar a TI (Tecnologia da Informação) da Santa Casa. Há procedimentos que começam simples e se tornam de alta complexidade que eles não conseguem receber por eles. No entanto, o problema não é difícil de resolver não. Ele já foi diagnosticado e agora é uma questão de força de vontade política”, afirmou.

O presidente da Acir cita o fato que a direção da Santa Casa já concordou com a criação de um conselho de gestão formado por membros das entidades representativas para acompanhar a administração do hospital. “A sociedade, por meio desse conselho, vai acompanhar a gestão da Santa Casa. É isso que nós queremos. A Santa Casa de Cuiabá vai custar o dobro que a de Rondonópolis. O Hospital Regional custa hoje R$ 7 milhões, com quase metade dos leitos em relação à Santa Casa, sem contar os custos com a mão de obra. A Santa Casa custa isso com o quase dobro de leitos, com folha de pagamento, com tudo. É isso que nós queremos. Ou seja, no setor público vai ficar muito mais cara a Santa Casa”, concluiu.

 

As entidades voltarão a se reunir na noite de hoje, às 19 horas, na sede da OAB, para montarem grupos de trabalho e uma agenda de atividades visando a solução dos problemas financeiros da Santa Casa.

 

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