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Rondonópolis
, 13 maio 2024
 
 

Corte em insalubridade pode afetar mais de 400 funcionários

Benefício, pago há mais de 20 anos, deve ser retirado da folha a partir do próximo pagamento

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Adney da Silva Santos, presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Rondonópolis – Foto: Deivid Rodrigues

Mal terminou o impasse referente às UTIs Pediátricas, e a Santa Casa de Rondonópolis já está envolvida em outra polêmica. Desta vez, surge o anúncio de que parte dos funcionários do hospital, que recebem insalubridade há vários anos, terá o benefício cortado. A situação pegou de surpresa mais de 400 colaboradores, que foram comunicados por meio de avisos em quadros.

Segundo a presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Rondonópolis, Adney Ada Silva Santos, que procurou o A TRIBUNA para denunciar a situação, no momento de assinatura do comprovante de pagamento de salários, os funcionários receberam um documento para ser assinado, em que reconhecem que foram informados sobre o corte da insalubridade. “Alguns assinaram o documento e outros não, mas nos chama a atenção que a medida foi tomada sem uma única conversa com os funcionários ou com o sindicato que os representa”, disse Adney.

Segundo o comunicado, fixado em quadros de aviso no Hospital Filantrópico, a partir do dia 1º de setembro a insalubridade foi cortada para todos os funcionários que trabalham nos setores e funções que não estão expostos aos riscos físicos, químicos ou biológicos. A Santa Casa informa que se baseou na legislação vigente de higiene ocupacional, com um parecer de um laudo técnico.

“Só esqueceram que existe uma convenção coletiva vigente, firmada entre o sindicato representativo dos trabalhadores e sindicato patronal, homologado junto ao Ministério do Trabalho, que prevê a insalubridade para todos os funcionários do hospital. Neste acordo, inclusive, ficou estipulado o valor da insalubridade, proporcional para cada setor”, explica. Devem ser afetados com a medida colaboradores do administrativo, portarias, limpeza e alimentação.

Em um holerite recebido pela reportagem, o trabalhador, que prefere não se identificar, recebe como salário-base R$ 994,21 e mais R$ 192 de insalubridade. Com os descontos de INSS e contribuição com o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), que somam R$ 95,89, o salário líquido em agosto de 2018 foi de R$ 1.090,32. A retirada de R$ 192 mensais é muito significativa para quem recebe como salário-base praticamente um salário mínimo, situação de grande parte dos colaboradores afetados.

Aviso sobre corte de insalubridade foi fixado em murais pelo hospital

“Todos estamos em constante contato com pacientes, médicos e enfermeiros. Vai dizer que um colaborador da lavanderia, que lava os lençóis e roupas usados em um paciente, não está em contato com o risco? Sem falar que a insalubridade é paga há mais de 20 anos, e agora simplesmente resolvem cortar. A Santa Casa não sabe mais se é filantrópica, se é do governo, se é do Rotary, quem é o dono? Sem falar nos administradores que não tem competência nenhuma para o cargo”, disse Adney.

Segundo informado pela representante do sindicato, o pagamento do salário do mês de outubro é aguardado, e, se realmente o desconto estiver valendo, a entidade buscará a Justiça pelo desrespeito a convenção coletiva que os ampara. “Não sabemos sequer quem foi o engenheiro que fez o laudo técnico sobre a insalubridade ou não. Em nenhum momento os funcionários foram comunicados sobre o que iria acontecer. Estamos buscando inicialmente o diálogo, mas manifestações e até greve não estão descartadas caso a direção mantenha essa posição. O hospital quer manter seus cofres tirando do suor do trabalhador”, finalizou a presidente do Sindicato.

OUTRO LADO

A reportagem entrou em contato com a Santa Casa de Rondonópolis para saber os motivos que levaram ao corte da insalubridade, mas a informação é de que a direção não irá se manifestar sobre o caso.

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