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, 6 julho 2025
 
 

Papo Político

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Prefeito Cláudio Ferreira: “Terá que ser diferente dos antecessores e resolver definitivamente o grave problema da Coder deficitária…

1 – SENHORES E SENHORAS,

na semana que passou o assunto que dominou os meios políticos da terra de Rondon foi a gravíssima situação da Companhia de Desenvolvimento de Rondonópolis, a Coder, que emprega hoje cerca de 600 trabalhadores e é responsável por realizar obras e serviços públicos para o município. O assunto polarizou os debates após a exoneração do até então presidente, capitão Argemiro Ferreira, ocorrida na última sexta-feira (13).

Entre as atividades exercidas pela Coder estão a realização de serviços de limpeza de vias públicas, obras de recuperação e pavimentação de vias públicas, implantação de galerias e construções, além de manutenção e ampliação da rede de iluminação, urbanismo e conservação do patrimônio público, ou seja o papel de uma Secretaria Municipal.

Fundada em 8 de julho de 1977, conforme a Lei Municipal nº 523, como uma empresa de economia mista, a Coder desde 31 de maio de 2023 se tornou oficialmente uma empresa pública municipal, pelas mãos do ex-prefeito Zé Carlos do Pátio (PSB), que nunca teve a coragem de enfrentar a real situação deficitária da empresa em nenhum dos seus três mandatos na Prefeitura, quando sempre procurou tampar o sol com a peneira diante de uma situação caótica sempre vivida.

Aliás, o Zé foi mais um a utilizar da Coder como um verdadeiro cabide de empregos, para abrigar seus cabos eleitorais ou acomodar mais gente, conforme compromissos de campanha politica.

Com essa mudança para empresa pública o Município passou a ter autonomia das decisões. Todavia, diferente de secretarias e das autarquias, a Coder não tem orçamento próprio, dependendo para a sua manutenção da execução de serviços de contratos firmados exclusivamente com o município, já que é uma empresa pública.

JÁ SÃO QUASE 50 ANOS

de muitos serviços prestados, participando ativamente da construção desta cidade que se destaca nos cenários estadual e nacional. Mas, nem tudo são flores nesta história.

Por conta de administrações temerárias, ao longo desses anos, a empresa chegou numa situação praticamente falimentar, com uma dívida milionária, superando a casa dos R$ 260 milhões, conforme auditoria realizada pela Controladoria Interna da Prefeitura de Rondonópolis, divulgada logo nos primeiros dias do mandato do atual prefeito Cláudio Ferreira (PL).

CENÁRIO TOTALMENTE

desolador, apontando que a situação da empresa era gravíssima e necessitava de reestruturação financeira urgente, já que a auditoria verificou que o endividamento da Coder é severamente elevado, com dívidas muito superiores aos ativos totais da companhia.

Além disso, verificou-se que no último mandato do ex-prefeito Zé Carlos do Pátio houve um crescimento significativo das dívidas e o caixa foi deixado praticamente zerado, isto é sem dinheiro disponível. O novo prefeito chegou a dizer, diante dos resultados da auditoria, que o Zé fez uma gestão temerária, quebrando a Coder e dando calote nos trabalhadores.

DIANTE DO ROMBO HERDADO,

com a empresa endividada e sem certidões negativas, impedindo assim dela executar contratos com a prefeitura, o que resulta no comprometimento da prestação de serviços essenciais à população e, consequentemente, o pagamento dos trabalhadores da Coder, o prefeito Cláudio iniciou um diálogo junto ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) para tentar encontrar saídas.

COMO RESPOSTA

à solicitação  do município, o TCE encaminhou a instauração de uma Mesa Técnica, visando construir uma solução técnico-jurídica para a grave crise enfrentada pela  Coder. A mesa técnica é presidida pelo conselheiro Valter Albano, que foi taxativo logo de cara ao dizer ao prefeito que o modelo da empresa pública é ultrapassado.

É FALIDO.

“No mundo inteiro, esse modelo [da Coder] não se sustenta mais. É um modelo falido, no caso o Estado, a pessoa pública como Rondonópolis, ter uma companhia pública”, disse ele, lembrando da política de modernização administrativa do Estado feita pelo ex-governador Dante de Oliveira (in memorian).

“Para se ter uma ideia, o Governo de Mato Grosso se libertou disso no primeiro mandato do governador Dante de Oliveira, na década de 90. É preciso ter uma determinação para se libertar desse modelo e, nesse contexto, até da própria companhia”, sentenciou o conselheiro Valter Albano, que é economista de formação.

DESDE ENTÃO,

a mesa técnica seguiu com o seu trabalho e o tema da Coder voltou a polarizar esta semana os debates após a demissão do capitão Argemiro do cargo de diretor-presidente da empresa pública na última sexta-feira, após o  anúncio da reprovação pelo TCE das contas do exercício 2022 da companhia, que estava sob o comando do capitão, ainda durante a gestão do ex-prefeito Zé Carlos do Pátio.

O TCE constatou irregularidades em execução de contrato, causando prejuízos nas análises das contas; não pagamento de obrigações; desvio de função entre servidores; e ainda concessão de horas extras de forma indiscriminada e sem justificativa da real necessidade, com elevado impacto na folha salarial.

Para o TCE, a prestação de contas da Coder era de responsabilidade do seu diretor-presidente à época, no caso Argemiro Ferreira, “o qual foi negligente e não demonstrou a adoção de alguma providência para correção dos rumos da companhia. Pelo contrário, em sua defesa, limitou-se a alegar a ausência de responsabilidade por ocupar um cargo de natureza representativa”.

DIANTE DA REPROVAÇÃO

das contas da Coder de 2022 e a abertura de Mesa Técnica em 2025, o prefeito Cláudio Ferreira teria avaliado, segundo fontes desta Coluna, que a permanência de Argemiro no cargo se tornou insustentável, considerando sua necessidade de defesa diante das irregularidades apontadas e, ao mesmo tempo, da condução dos trabalhos com foco na reestruturação financeira da companhia.

Militar que é, Argemiro caiu atirando para muitos lados. Segundo ele, a reprovação das contas pelo TCE não é definitiva, a qual acredita que será revertida, e portando a justificativa apresentada pelo prefeito teria sido, na verdade, uma cortina de fumaça.

O real motivo, conforme ele, teria sido sua posição contrária a uma suposta intenção da gestão Cláudio Ferreira em “fechar” a empresa. A possibilidade levantada por Argemiro, durante reunião com os trabalhadores, na empresa, na última segunda-feira, em sua despedida, foi recebida com preocupação por eles, que liderados pela direção do Sispmur cruzaram os braços na quarta-feira e fizeram um protesto na Câmara, durante a sessão, mesmo sem ter algo concreto sinalizando que o prefeito já teria realmente decidido pelo fechamento da quase cinquentenária Coder.

O prefeito Cláudio evitou entrar em bate-boca com Argemiro. Apenas, classificou que de concreto havia apenas a mesa técnica junto ao TCE para buscar saídas para a empresa e que a notícia de que já teria sacramentado o destino da companhia não passava de mera especulação.

O CERTO

disso tudo mesmo é que Argemiro nunca foi o preferido do prefeito para assumir o comando da Coder, justamente pelo fato do seu histórico anterior, já ter presidido a empresa na gestão do ex-prefeito Zé do Pátio.

O seu retorno a Coder foi por indicação do PSDB, que fez parte da aliança política vitoriosa na eleição do ano passado, e que Cláudio até relutou em acatar, sendo um dos últimos nomes anunciados para compor o seu governo de mudanças.

Agora, com a demissão de Argemiro e a posse do novo presidente da Coder, indicado pelo próprio prefeito como ser alguém de sua inteira confiança, já que o arquiteto e engenheiro Laerte Costa, que tomou posse oficialmente ontem, faz parte do seu núcleo mais próximo, a Coluna analisa que deverá ter daqui para frente uma maior sintonia entre o chefe do executivo e o comandante da empresa pública.

Algo que não vinha acontecendo, já que as informações de bastidores eram de que Argemiro e o prefeito não falavam mais a mesma língua sobre os rumos administrativos da companhia há algum tempo.

PROVA DE FOGO

é o que a Coder se apresenta para o novo prefeito de Rondonópolis. Não é de hoje que a situação da companhia se encontra em situação delicada. Vários prefeitos se passaram e sempre se ouvia que a empresa se encontrava inviável.

Mas, pelo desgaste político, já que são muitos trabalhadores, sendo quase 600 famílias da cidade que tem lá sua fonte para ganhar o pão de cada dia, tudo acabava em pizza. Ninguém se atreveu a encarar de frente o problema e resolver de vez a situação.

Um problema que vem se arrastando por anos. Como diz o adágio popular, sendo empurrado com a barriga e a bola de neve só crescendo. Agora, chegou num ponto que caberá ao primeiro prefeito eleito nascido em Rondonópolis a descascar o imenso abacaxi, já que a empresa chegou no fundo do poço.

Este colunista não queria estar na pele do Cláudio Ferreira. A situação dele neste caso da Coder, como diz um outro ditado, é aquela: “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”. Vai ter que dar uma de estadista mesmo, ao contrário dos seus antecessores que sempre tomaram uma posição eleitoreira, só pensando na carreira política e empurrando o lixo para debaixo do tapete.

Da forma em que está a empresa não tem como continuar. Nesse caso, seria realmente fechar a empresa. Por outro lado, tem aproximadamente 600 trabalhadores que tiram seu sustento de lá que ficariam no olho da rua. É uma situação dificílima e isto não deve ser colocado em segundo plano, afinal não são apenas números, são pessoas.

O que fazer com estes trabalhadores devem ser pensado e algumas ideias têm surgido, sendo uma que chegou aos ouvidos do colunista e que pode ser melhor estudada.

A IDEIA

é transformar a empresa numa autarquia, a fim de que ela possa ter orçamento próprio prestando serviços para o município e outros da região. Já os trabalhadores que têm experiência nas suas áreas de atuação poderiam ser absorvidos numa cooperativa, a exemplo do que já acontece de forma positiva com o Sanear.

SENHORES E SENHORAS,

a situação da Coder será assunto para muitos dias ainda, mas é de se acreditar que agora ela será saneada para continuar prestando os serviços essenciais para o município e mantendo os empregos realmente necessários para suas atividades, pois é de conhecimento da população que uma boa parte desses seus empregados não desenvolvem lá atividades profissionais, mas apenas fazem parte da folha de pagamento para defenderem seus padrinhos políticos, e esse será o grande vespeiro a ser extirpado.
Vamos acompanhar os fatos.

 

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1 COMENTÁRIO

  1. A CODER não quebrou por acaso. Foi quebrada por incapacidade e apadrinhamento.

    A atual situação da CODER é o retrato escancarado do que acontece quando a máquina pública é usada como moeda de troca política, loteada entre aliados e transformada em um abrigo de conveniência para apadrinhados inoperantes. Não se trata de uma crise inesperada — é o resultado direto de anos de descaso, inchaço, incompetência e, principalmente, da falta de coragem dos gestores em cortar na carne e reformar o que há muito está podre.

    Durante sucessivos mandatos — em especial os do ex-prefeito Zé Carlos do Pátio — a CODER foi sucateada moral e financeiramente. Em vez de ser uma companhia de desenvolvimento, virou uma espécie de “cemitério de compromissos de campanha”, onde se estocavam cabos eleitorais e militantes sem qualquer preparo técnico ou compromisso com o serviço público. A empresa deixou de ser instrumento de progresso para se tornar um peso morto carregado às custas do contribuinte.

    Com uma dívida hoje estimada em mais de R$ 260 milhões e uma folha inchada por servidores que pouco ou nada produzem, a CODER chegou ao fundo do poço. Tudo isso foi amplamente diagnosticado por auditorias, alertas técnicos e pela própria população, que convive diariamente com os serviços precários resultantes desse modelo falido.

    E se já não bastassem os erros do passado, o atual prefeito Cláudio Ferreira — que prometeu renovação e eficiência — cometeu seu maior erro político ao nomear Argemiro Ferreira como presidente da companhia. Uma escolha amplamente criticada por todos que conhecem a trajetória administrativa do capitão, personagem conhecido por transitar por inúmeras pastas ao longo de diferentes governos, sem deixar rastro de benefício real à população. A nomeação de Argemiro representou, na prática, a continuidade do velho modelo que deveria ter sido enterrado.

    A exoneração de Argemiro chega tarde, mas ainda em tempo de corrigir a rota. O novo presidente, Laerte Costa, chega com a missão de reconstruir uma empresa devastada não apenas pelas dívidas, mas pela lógica perversa do apadrinhamento político e da omissão administrativa. Uma missão difícil, mas inevitável.

    Que fique claro: a CODER não faliu por fatores externos, nem por culpa da população. Ela foi destruída por aqueles que a usaram como curral eleitoral, que nomearam fantasmas, concederam horas extras sem justificativa, desviaram funções e usaram a estrutura da empresa como extensão de seus gabinetes políticos.

    Se a cidade quer, de fato, virar a página, precisa parar de romantizar certas figuras políticas que há décadas orbitam o poder sem entregar resultados. A CODER é símbolo de uma Rondonópolis que precisa ficar para trás. Não por desprezo à sua história — mas por respeito ao seu futuro.

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