
1 – SENHORES E SENHORAS,
no retorno do PAPO, na semana passada, iniciamos uma análise das movimentações, nos bastidores da política rondonopolitana, relacionadas às eleições de 2026, ainda que preliminares. O espaço foi curto e prometemos voltar a abordar esse tema. Então, vamos lá!
Como o A TRIBUNA mostrou ao longo desta semana que, além dos vereadores Paulo Schuh, Luciana Horta e Kalynka Meirelles, citados no Papo da semana passada que estão se movimentando para concorrer a uma cadeira na Assembleia Legislativa, outros “edis” também ensaiam em colocar os respectivos nomes na disputa eleitoral de 2026.
CONTUDO,
diferente dos três citados acima, os outros “edis”, que já vamos falar deles mais abaixo, vislumbram espaço para concorrer a uma das cadeiras de Mato Grosso na Câmara Federal.
Vale lembrar que o número de assentos deve aumentar a partir da legislatura de 2027. Na Câmara Federal, por exemplo, das oito atuais, sobe para 10 cadeiras.
A mudança é resultado do projeto de lei complementar, aprovado este ano pelos deputados, que aumenta o total de cadeiras na Casa de 513 para 531, levando em consideração o crescimento populacional dos estados brasileiros.
NO CASO,
os três vereadores que confirmaram ao A TRIBUNA que avaliam a possibilidade de concorrer a deputado federal no próximo ano foram Ibrahim Zaher (MDB), Vinícius Amoroso e Beto do Amendoim, sendo os dois últimos filiados ao PSB.
Em relação ao vereador Ibrahim, que ocupa hoje a primeira secretaria da mesa diretora de Casa de Leis rondonopolitana, o que se vislumbra é o espaço deixado pela liderança maior da sigla o ex-governador e ex-prefeito Carlos Bezerra, que comandou o MDB por muitos anos e anunciou a sua aposentadoria da vida pública, após não conseguir em 2022 se reeleger para deputado federal.
Filho do ex-vereador Mohamed Zaher, Ibrahim foi o mais bem votado entre os vereadores pela sigla nas eleições passadas. Ele é uma aposta do MDB estadual para ser candidato a federal na região e ajudar alavancar a chapa do partido.
Agora, se Ibrahim e os seus colegas Vinícius Amoroso e Beto do Amendoim serão candidatos a deputado federal, isto não é possível cravar, pois as eleições de 2026 ainda estão muito longe e a definição de candidaturas pelos partidos levam em consideração muitos fatores. Com diz o ditado popular: muita água vai passar por baixo dessa ponte.
Porém, pode-se dizer, sem medo de errar, que as possíveis candidaturas são vistas por eles com uma possibilidade de aumentar a “visibilidade eleitoral”, bem como também uma perspectiva, caso não fiquem entre os eleitos do partido, pelo menos, possam ter uma votação que lhes garantam uma suplência, que vislumbre ao menos a possibilidade de assumir a cadeira, seja de forma interina ou definitiva por algum motivo.
O exemplo do ex-vereador Rodrigo da Zaeli está bem aí fresco na memória. Suplente do PL, em 2022, por sorte do destino, ele, que tentou voltar à Câmara de Vereadores no ano passado, mas não obteve êxito nas urnas, acabou assumindo este ano cadeira de deputado federal deixada pelo eleito prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini.
OUTRO FATOR
que motiva estes vereadores a entrarem na disputa por cadeira da Câmara, na avaliação da Coluna, é um vácuo de nomes na cidade.
Além de Zaeli, que deve concorrer a reeleição, deputado Zé Medeiros, também do PL e oriundo da cidade, tem pretensões de se “arriscar” numa candidatura para tentar voltar ao senado, onde ficou de 2015 a 2018, depois de ter chegado lá com a renúncia de Pedro Taques, de quem era suplente, para assumir o governo de Mato Grosso.
Caso consiga viabilizar esta candidatura ao Senado ano que vem, Medeiros abre mais espaço para que outros nomes possam se colocar na disputa pelos votos do eleitorado de Rondonópolis e região.
E TEM MAIS,
uma outra avaliação que se faz é que hoje há uma carência da população de Rondonópolis em ter um deputado federal mais presente no dia a dia da cidade. É que no caso do deputado Medeiros, embora ainda tenha domicílio na cidade, ele tem suas atenções voltadas em grande parte para discussão de temas da política nacional.
Isto ficou evidente na entrevista que o vereador Beto do Amendoim, que está no terceiro mandato na Câmara Municipal, concedeu ao A TRIBUNA esta semana:
“Percebo que o eleitor sente hoje a falta de um deputado federal que esteja mais presente na cidade, um representante com que possa se encontrar para tratar das demandas locais. Isto é, quer um deputado comprometido em defender as causas da cidade lá em Brasília”.
O fato de Beto e Vinícius Amoroso serem do mesmo partido não deve ser empecilho para que os dois possam se lançar na disputa.
Pois, o que se desenha, é que o PSB no Estado passará por um processo de esvaziamento com as saídas do deputado Maxi Russi, atual presidente regional, e, também, pelo que se comenta nos bastidores, do ex-prefeito Zé Carlos do Pátio. Isto fará com que o partido necessitará de nomes “que tenham votos”, para fechar sua chapa a federal.
2 – POR FALAR EM PÁTIO,
embora se especule que ele pode concorrer ao governo do Estado, o certo mesmo é que ele vai tentar voltar à Assembleia Legislativa, de onde pretende viabilizar pavimentar uma candidatura novamente a prefeito em 2028.
Matreiro que só, ele não troca uma eleição onde não tem chances de eleger por outra onde tem uma chace maior.
TODAVIA,
diferente de muitos analistas pantaneiros, que apostam numa eleição fácil do Zé para deputado estadual, chegando em falar que terá só aqui em Rondonópolis 30 mil votos, este colunista avalia que ele poderá até ter dificuldade dependendo da sigla em que vá filiar, já que se fala que ele deixará o PSB.
Primeiro, embora reconheça que o Zé ainda tenha muitos adeptos na cidade, não acredito nestas previsões otimistas de que terá, no mínimo, 30 mil votos em Rondonópolis. Afinal, trata-se de muito votos e algo que ainda ninguém conseguiu aqui concorrendo a uma cadeira na Assembleia Legislativa.
Não é nada fácil. É só lembrar da votação da sua esposa em 2022, a dona Neuma, quando concorreu a deputada federal e mesmo empurrada por uma grande estrutura e toda a máquina da prefeitura beirou os 30 mil votos aqui.
O QUE LEVA
também a este colunista avaliar que a eleição do Zé para deputado estadual não é algo tão fácil como dizem alguns, é o fato dele não ter bases eleitorais fora dos domínios territoriais de Rondonópolis. A votação obtida por dona Neuma em outros municípios do Estado é uma prova disso.
SEM CONTAR
ainda que a depender da sigla que o Zé escolher se filiar pode também ter peso para conseguir se eleger ou não. Nos bastidores se comenta que ele está entre o PSD do ministro da Agricultura Carlos Fávaro ou PV, que hoje forma a Federação Brasil da Esperança com o PT e PCdoB.
Cabe lembrar que o PT, que terá os atuais deputados Lúdio Cabral e Valdir Barranco como puxadores de votos na chapa formada pela federação, aqui em Rondonópolis tem também a pré-candidatura do vereador de segundo mandato Júnior Mendonça, com que o ex-prefeito tem uma relação conturbada.
Como se vê, o céu não é tão de brigadeiro para o Zé quanto alguns tentam pintar, sendo que cabe observar que muitos destes usam mais a emoção do que a razão fria dos números.