Políticos defendem reforma política ampla

A minirreforma política, aprovada na Câmara dos Deputados nesta semana que passou, foi classificada pelo advogado, suplente de vereador do PDT e atual secretário municipal de Administração Carlos Vanzeli, como uma simples reforma eleitoral “desalentadora”. Já, para o vereador petista Mauro Campos, a minirreforma é o início de algum avanço, porém ele defende uma reforma muito mais profundada da política brasileira que venha a garantir a democracia.

Na mesma linha, para Vanzeli, é necessário se criar urgentemente uma comissão para se fazer uma reforma política no País sob pena do Brasil perder a identidade política e reforçar ainda mais a falta de representatividade que o povo sente com relação aos políticos.

De acordo com Campos, alguns pontos da minirreforma vêm para favorecer partidos menores e aqueles com menor condição financeira, como o limite de contratação de cabos eleitorais, a proibição de pintura em muros, cavaletes e envelopamento de carros, bem como a liberação de comícios até a madrugada das eleições. “No entanto temos que trabalhar pela reforma política. Lembrando que eu sou contra a lista fechada porque fortalece a diferença de classes dentro dos partidos”, destacou

Segundo Carlos Vanzeli, a minirreforma não alterou em nada a situação dos partidos e este é um grande problema. “Quase não vemos mais instituições políticas com ideologia. Hoje, os partidos são agremiações eleitorais e não políticas”, disse e acrescentou que a minirreforma não impede que ocorram as “legendas de aluguel” e os “movimentos políticos apartidários”.
Para Vanzeli, os partidos deveriam servir para politizar a sociedade, mas hoje, como eles estão sem identidade, estão levando a sociedade à uma crise de representação. “É somente perceber as populações nas ruas, que não se sentem mais representadas pelos partidos e pelos políticos”, lamentou

Essa falta de sentimento de representação afeta a democracia, conforme ressaltou Carlos Vanzeli, pois não há democracia sem partidos. “É para garantir a nossa democracia que devemos, urgentemente, realizar a reforma política”, reforçou.

MINIRREFORMA

No texto aprovado pela Câmara dos Deputados na semana passada veda o envelopamento de carros, o uso de cavaletes em vias públicas e a pintura de muros. O texto também limita a contratação de cabos eleitorais, os gastos com alimentação na campanha, que não podem ultrapassar 10% do orçamento, bem como os gastos com combustíveis, limitados a 20% do orçamento

A mensagem aprovada permite a doação indireta para a campanha de empresas com concessão de serviço público, comício até a madrugada das eleições e manifestações nas redes sociais.