Os presidentes dos Conselhos Comunitários de Segurança (Consegs) estão propondo para Rondonópolis um planejamento da segurança pública local com o intuito de evitar problemas futuros gerados com o crescimento da população. A cidade conta hoje com Consegs funcionando em quatro regiões: Grande Vila Aurora, Grande Vila Operária, Distrito Salmen e Central.
De acordo com o presidente da região central, Francisco Costa, o Chico Costa, na gestão municipal passada o governo federal por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), destinou para a cidade R$ 126 mil para a criação do Plano Diretor de Segurança Pública e mais R$ 86 mil para capacitação das forças policiais e representantes da segurança pública, porém, segundo ele, por incapacidade administrativa, o recurso foi devolvido para o governo federal. “Hoje, a nossa cidade possui um policial militar para cada 823 pessoas. A Organização das Nações Unidas (ONU), recomenda três policiais para cada mil habitantes. O efetivo local está bem abaixo do recomendado e a cidade está crescendo a cada dia. A polícia precisa de um planejamento para se preparar para o futuro, pois hoje já existe uma defasagem geral e pode piorar se não haver melhoras no reforço de efetivos, estrutura, dentre outros”, alerta Chico Costa.
Para o presidente do Conseg da Grande Vila Operária, Jairo Vicente, se não houver um planejamento das ações futuras de segurança, a cidade vai sofrer consequências como está ocorrendo hoje no trânsito local, porque no passado não teve um planejamento. “Hoje, a cidade sofre com a falta de engenharia do trânsito e o problema pode piorar. A frota de veículos de dez anos para cá mais que triplicou e continua crescendo. Muitas ruas que hoje poderiam ser largas e com várias pistas, não comportam uma trafegabilidade segura para os motoristas. Hoje, a estrutura das forças policiais deixa a desejar, mas isso pode piorar e se tornar um caos, caso não ocorra um planejamento adequado das necessidades futuras. Precisamos de mais concursos públicos para a cidade, mas não é o governo abrir 200 vagas e na cidade ficar dez policiais. Concursos públicos precisam ser realizados com antecedência e não quando os problemas começarem a aparecer pela falta de planejamento e vidas forem ceifadas, pessoas roubadas ou furtadas”, externou Jairo Vicente.
Ele cita, como exemplo de crescimento, a região de Vila Operária a qual representa no conselho de segurança. “Hoje, a Grande Vila Operária possui uma população de mais de 80 mil habitantes, destes 51 mil são eleitores. Na região já está mais que na hora de possuir uma base da polícia com capacidade de zelar pela segurança local com viaturas, efetivo e armamentos e também o registro de boletins de ocorrência. Se esta estrutura fosse planejada no passado, talvez hoje a região teria estas melhorias. Mas a coisa já não está boa e a situação da segurança pode ficar pior, pois aumentando a população sabemos que a criminalidade também aumenta. A região da Vila Operária está crescente, agora vamos ter a inauguração do novo distrito e vários residenciais que começaram a surgir”, pontuou o conselheiro.
Jaime Araújo, presidente do Conseg da Região Salmen também defende a instalação de uma delegacia na sua região. “A região Salmen está em crescimento e as demandas da segurança pública aumentando a cada dia. Na cidade, presenciamos a migração da criminalidade. Quando a polícia se faz presente em uma região, o crime migra para outra. A Grande Vila Operária e Salmen são regiões que precisam de delegacias”, afirmou.
Conforme o presidente da Grande Vila Aurora, Robério Libânio, na cidade é preciso um planejamento, porém para se resolver grande parte dos problemas a mudança tem que ser nacional, começando pelas ações a longo prazo como investimentos na educação. “De imediato, é preciso um choque na criminalidade onde devido a falta de efetivo policial, poderia chamar o apoio do Exército para trabalhar nas ruas. Além disso, é preciso enrijecer o Código Penal Brasileiro, pois o pouco de polícia que existe no País prende o bandido hoje e amanhã ele está nas ruas. Em Rondonópolis, a segurança pública hoje está razoável, o pouco do efetivo tem se esforçado, mas é preciso muita estrutura para a polícia”, concluiu.
