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Rondonópolis
, 5 junho 2024
 
 

O atemorizante primeiro quartel do século XXI

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(*) Amadeu Garrido de Paula

O homem imagina acertar seu caminho e perde-se numa floresta gélida sob severa borrasca. Nesse rumo ingrato pode-se vislumbrar a posse de Jair Bolsonaro. Um capítulo no terrível destino dos humanos que povoam este orbe.

Gostaríamos de ser embalados por outras previsões, não apenas para o Brasil, mas para o mundo.

Provavelmente não repetiremos guerras mundiais, o apocalipse. O “bom senso” transfere esses confrontos geopolíticos para a interinidade das nações.

Não nos é lícito agir como as avestruzes. As mais afortunadas povoações da Terra são ilhas cercadas de misérias e sofrimentos por todos os lados. E os incêndios urbanos não são apenas nossos, de nossas depauperadas periferias, atemorizam a civilizada França e ameaçam eclodir pelo mundo inteiro.

Como não poderia ser diferente, assistimos a uma posse de glamour, embalada por nossa classe média, que, com razão, espera melhores dias, depois da tragédia do distributivismo contaminado pela esqualidez ética. Todavia, anseios, as melhores intenções, as mais legítimas manifestações populares, não encerram a sapiência política necessária para se criar um planeta ordenado e racional.

Custa-nos acreditar num projeto universal da extrema direita – e tampouco em seu êxito sem muitas dores e sangue – consistente em manter sob a face deste nosso combalido planeta somente um estamento alfa; as cercanias da ilha seriam simplesmente dizimadas, seu trabalho substituído pela robótica, os refugiados e excluídos a sucumbir sob as mais terríveis atrocidades, e as riquezas trazidas pela ciência usufruídas por pequenas parcelas da humanidade sobrevivente ao futuro graças a seus quinhões de riqueza.

A visão da estrada salvadora, no campo turvado pelas tempestades, virá com um pacto político. A ideia não foi esquecida no discurso de posse, mas obnubilou-se pelo já desgastado e repelente sinal do aperto no gatilho, a imputação de um ato de um louco a inimigos da pátria, em autêntica paráfrase de Cervantes, e a expressão direta de confronto ideológico, além da rota concepção de que defesa dos direitos humanos é sustentação de delinquentes. Inobstante as pompas, verdade sempre rareou nos meios políticos, e seus defensores pagaram com a vida, desde os primórdios das civilizações mais admiráveis, como Grécia e Roma. Sócrates e Cícero.

A posse não empolgou um único trabalhador brasileiro, que se encontra sob intensa e justa esperança de dias melhores, os quais não serão resgatados sob os pressupostos elementares de ordem e ética, tão caros aos infelizes pronunciamentos da velha UDN – “unidos desagregaremos a nação”.

Os extremos não são idôneos a superar este dramático momento – ainda mais temerário que os do rubro século passado – a exigir o equilíbrio dos melhores cérebros voltados à sobrevivência de todos os habitantes desta milagrosa estrela que orbita no sistema solar, não de alguns beneficiados com a “graça” de um implacável projeto seletivo de alcance global.

(*) Amadeu Garrido de Paula é advogado e poeta

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