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A menina Raabe

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Sandra Campos - 22-08-14

Mais um dia na existência daquela adolescente de treze anos, Raabe, filha única, fruto do amor e compromisso de seus pais, um casal de vida simples e modesta de uma cidade do interior de Goiás. Raabe seguia a vida em paz até o dia que passou a dar mais ouvidos às amizades do que aos pais que lhe amavam de verdade e até se sacrificavam por ela. Raabe não compreendia muitas coisas sobre a vida e passou a ouvir conselhos de quem não tem nada para ensinar de bom, de honesto, sincero, verdadeiro e digno.
Tímida e com alguns complexos que costumam acompanhar alguns adolescentes e que os fazem se sentirem menores e impotentes diante das desigualdades sociais, Raabe buscou a fuga de seus medos nas novas tecnologias. Mergulhou na internet e nas redes sociais buscou ser quem não era na construção da sua identidade. Mas como muitos sabem uma mentira contada diversas vezes pode acabar absorvida como verdade.
Pobre Raabe! Nem sabia para quem estava contando sobre sua vida, seus gostos, planos, sonhos e desejos. Nem sabia quem realmente estava do outro lado da tela! A sua transformação acontecia em surdina sem que seus pais percebessem claramente. Rosto de menina, cabeça de mulher. Assim se tornou Raabe, antecipadamente, abruptamente e inesperadamente, vítima da maldade e armadilha que há no caminho do homem mau. Ou por que não voltar à fábula e dizer: do lobo mau! Que tem olhos grandes para ver, ouvidos enormes para ouvir bem, braços grandes para acolher e boca grande para devorar!
Dentre tantas pessoas estranhas e desconhecidas com quem ela conversava diariamente pela rede social, estabeleceu um vínculo afetivo com um “garoto” de dezesseis anos. Elifaz lhe ensinou quase tudo sobre sexo, mentira e engano. No início pela internet, depois pessoalmente. Um invasor de vidas adolescentes, é o que era Elifaz: dissimulado, articulador calculado, pronto a discipular um exército de Raabes pela vida afora.
Elifaz não era quem dizia ser, nem tinha dezesseis anos. Era um homem maduro, pronto a realizar suas fantasias sexuais com meninas inseguras. Usava seu poder de persuasão para envolvê-las. Quando a menina ficava apaixonada, ele se revelava e marcava um encontro pessoal. Foi em um dos encontros com Elifaz que Raabe engravidou, aos treze anos. Sua vida e a vida de seus pais mudaram completamente, foram marcadas para sempre. E Raabe passou de menina a mulher e mãe em menos de um ano. Pobre Raabe!

(*) Sandra Campos é cronista em Rondonópolis

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