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Rondonópolis
, 14 maio 2024
 
 

O brincar para a criança no seu cotidiano escolar

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Por meio das brincadeiras, as crianças representam ações e desencadeiam um cenário imaginário para representar papeis vivenciados, seja no contexto familiar ou no convívio social. Diante disso, Lev Vygotsky cita que: a brincadeira da criança não é instintiva, mas precisamente humana atividade objetiva que, por constituir a base da percepção que a criança tem do mundo e dos objetos humanos, determina o conteúdo de suas brincadeiras.
A partir desses princípios, a brincadeira se torna um universo simbólico, onde a criança constrói, reconstrói e representa o mundo a sua volta, bem como aprende a estabelecer regras e constrói dessa maneira valiosíssimas relações com seus pares, o que a leva a novas descobertas e novos conhecimentos, pois, por meio da brincadeira, ela tem liberdade para agir de acordo com seu ponto de vista.
Dizendo de outra maneira, a brincadeira é uma forma extraordinária de aprendizagem, pois promove a interação e integração entre as crianças, já que nesta fase elas estão descobrindo e aprendendo coisas novas – ou seja, estão em formação. Assim o brincar se torna essencial para o seu desenvolvimento cognitivo e social.
Nestes aspectos, Alexei Leontiev e Vygotsky mostram que a brincadeira convida a criança a criar um mundo de pernas para o ar, de modo a experimentar o que ela não pode concretamente realizar na vida cotidiana sem que isso signifique a perda dos laços com a vida cultural, de onde são extraídos os elementos simbólicos que alimentam a experiência lúdica.
Partindo destas reflexões, podemos afirmar que, por meio da brincadeira/lúdico, percebe-se o quanto as crianças são capazes de se articular entre o mundo real e o imaginário, mostrar as suas capacidades, potencialidades e habilidades cognitivas, que, por meio da imaginação, transformam um simples objeto em algo que tenha significado e a brincadeira na maneira mais natural de representar suas experiências, seus conflitos, seus anseios, seus desejos e suas necessidades cotidianas adquiridas/vivenciadas tanto no seu convívio familiar como social.
Desse modo, ao brincar as crianças recriam e repensam tudo aquilo que lhes aconteceram. Por meio da brincadeira, elas transformam os acontecimentos que já possuem em conceitos e regras que norteiam as suas brincadeiras. A partir de então, o brincar é tão importante à criança quanto se alimentar ou descansar; por meio do brincar ela estabelece relações de conhecimento consigo, com os outros e com o mundo.
Assim, surge na criança a necessidade de agir tal qual maneira o adulto age com ela. Ou seja, as crianças reproduzem com as brincadeiras tudo aquilo que os adultos praticam com elas na sua vida cotidiana tanto familiar como social. E isso pode ser visto por meio dos papéis sociais (de pai, mãe, irmão…) que os pequenos interpretam enquanto brincam.
Como se observa, o surgimento de uma situação imaginaria não é algo fortuito na vida da criança; pelo contrário, é a primeira manifestação da emancipação da criança em relação às restrições situacionais. Esse fato ocorre porquê a tensão entre a necessidade que a criança tem de agir sobre a realidade e a impossibilidade de realizar as operações suscitadas por ações – o como fazer – é o que provoca a imaginação no brincar, invertendo o velho adágio de que a brincadeira é a imaginação em ação.
Decorrente desta visão, podemos dizer que por meio do brincar ela consegue resolver seus conflitos utilizando o brinquedo como instrumento para representar seus sentimentos e a ideia que tem sobre o mundo à sua volta.
Deve-se dar relevância aos aspectos ora descritos, pois os mesmos contribuem com as principais mudanças psicológicas na personalidade da criança. Isso porque, quando a criança se coloca no papel de outro, principalmente dos adultos, ela assume um comportamento idêntico ao da pessoa representada, o que a leva a um melhor desenvolvimento cognitivo e uma aprendizagem mais significativa.
Em suma, por meio da brincadeira a criança expressa o que vai entendendo sobre as atividades/ações dos adultos, as formas como se relacionam, ou seja, imitando modelos adultos a criança expressa os valores e os traços que ela está aprendendo através das relações sociais e revela as explicações que dá aos fatos e fenômenos da cultura e da natureza. Dessa forma, a criança vai formando a função simbólica da consciência, ou seja, formando a capacidade de colocar um objeto em lugar de outro, de usar um objeto para representar outro…

(*)Jucelma Lima Pereira Fernandes, Raquel Rocha Drews Valadares, Kédma Macêdo Mendonça, Jucileide Cardoso de Almeida e Sibele Silva Leal Rodrigues, pedagogas, são professoras da rede municipal em Rondonópolis (MT)

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