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A missão do ministro na Igreja

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“Ide por todo o mundo e anunciai o evangelho a toda criatura” Mc 16,15

Cristo envia a Igreja, povo de Deus em missão. A Constituição Dogmática sobre a Igreja “Luz dos povos” (Lumen Gentium) fala em seu capítulo II do povo de Deus. É a Igreja na sua totalidade, naquilo que é comum a todos os membros. A noção de povo de Deus exprime a profunda unidade, a comum dignidade e fundamental habilitação de todos os membros à participação na vida da Igreja e à corresponsabilidade na missão.

“Como membros de Cristo vivo, a Ele incorporados e configurados pelo Batismo e também pela Confirmação e a Eucaristia, obrigados se acham todos os fiéis ao dever de cooperar na expansão e dilatação de seu corpo, para o levarem quanto antes à plenitude (…). Convençam-se por isso vivamente todos os filhos da Igreja de sua responsabilidade para com o mundo… Empenhem-se com afinco na obra da evangelização” (Ad Gentes 36).
A expressão povo de Deus evoca a variedade de carismas e ministérios que o Senhor reparte entre os fiéis em vista da vida e missão da Igreja. Para ser autenticamente evangélica e continuar a missão de Cristo, a Igreja deve estar inteiramente voltada para a missão, para o serviço.
Para tanto ela há de ser ministerial, o que nos implica: fidelidade total a Cristo e, em Cristo, ao homem e à sua história; atitude de serviço humilde, como a de Cristo; que todos na Igreja são chamados a assumir um serviço, um ministério.
A Igreja na sua essência é missionária e a obra da evangelização é um dever fundamental do povo de Deus, portanto, de todas as comunidades cristãs, nos orienta o decreto Ad Gentes 35-37. Esta permanente missionariedade da Igreja, do povo de Deus, deve ser compreendida como “serviço ao mundo”.
Todo cristão é chamado a servir, é como uma espécie de prestação de serviços a indivíduos e grupos, por parte de uma pessoa que o faz de modo espontâneo e organizado. O ministério tem uma característica comunitária: “A cada um Deus confere dons para que possa colocá-los a serviço da comunidade” (Rom 12,4-5). “Todos nós conforme o dom que cada um recebeu de Deus, consagrai-vos ao serviço uns dos outros, como bons dispensadores das diversas graças de Deus” (I Pd 4,10).
A Igreja é prestadora de serviços. Ela é servidora, porque o próprio Jesus falou: “Eu vim para servir” o Pai enviou seu filho para prestar serviço à humanidade.
Nós estamos no mundo para dar continuidade ao serviço de Deus, sermos sacramento de salvação ao mundo, anunciando a Boa-Nova de Cristo, o reino de Deus. Desde suas origens apostólicas, a Igreja vem servindo espiritual e materialmente aos seus filhos por meio, basicamente, de ministérios ordenados e não ordenados.
Os ministros ordenados, bispos, presbíteros e diáconos, exercem seu apostolado, enraizados nos Sacramentos do Batismo, Crisma e Ordem. Os ministros não ordenados, chamados leigos, exercem sua missão, enraizados nos Sacramentos do Batismo e do Crisma.
O Batismo inserindo-os no mistério da comunhão trinitária e o Crisma impulsionando-os pelo dinamismo do Espírito Santo à missão. O léxico ministério tem sua origem no termo latino “ministerium” que significa “serviço”, sendo então o ministro um servidor.
Todo ministério na Igreja é ordenado à comunhão e participação e ao serviço do povo de Deus. “Existem diversos ministérios, mas o Espírito é o mesmo, Deus é o grande dispensador de todas essas graças” (I Cor 12, 4-7).
O Concílio Vaticano II explicita que as graças do Espírito Santo, mesmo as graças especiais, são distribuídas entre os fiéis de qualquer condição (leigos, religiosos ou ministros ordenados), e acrescenta: Por elas torna-os aptos e prontos a tomarem sobre si os vários trabalhos e funções, que contribuem para a renovação e maior incremento da Igreja, segundo estas palavras: “a cada um é dada a manifestação do Espírito para utilidade comum” (Lumen Gentium 12b).
O documento 62 da CNBB esclarece a peculiaridade dos leigos, que é a “índole secular”, ou seja, que eles são chamados a evidenciar a missão no mundo, exercendo seu próprio ofício, guiados pelo Espírito, que contribuam para a santificação do mundo.
O ministro representa a própria comunidade, consciente de que o ministério é estar a serviço da comunidade, de todos os cristãos, tornando-os ativos e missionários. A espiritualidade humana é fundamental para a vivência cristã. O Espírito ensina-nos o verdadeiro segmento de Jesus, suscitando uma integrada espiritualidade.
Os discípulos de Emaús caminharam junto com Jesus, experimentaram sua presença, acolheram o sentido da cruz e regressaram à comunidade, animados e encorajados (Cf Lc 24,13-35).
Esse encontro com Jesus é experiência do ministério que nos envolve, aquece os corações, seduz as pessoas, proporcionando um novo sentido às nossas vidas.
Como membro do povo de Deus, o leigo é chamado a ser fermento de santidade, salvação, testemunhando as riquezas de seu Batismo e Confirmação, através da participação nos problemas, desafios e urgências do seu mundo secular, das pessoas, grupos sociais e povos.
Povo de Deus a Igreja, Cristo, necessita e conta com a sua ministerialidade. Procure sua comunidade, pastoral, movimento, organismo e se disponha em servir em um ministério, serviço. Ser e continuar a missão de Cristo ao mundo, Sacramento universal de salvação.

(*) Paulo Otávio Simioni, coordenador diocesano do Ministério de Leigos

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