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O que você quer para a sua família?

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Luci Lea Tesoro - 18-04-09Segundo o Papa João Paulo II, os pais devem com confiança e coragem formar os filhos para os valores essenciais da vida humana; todavia, atualmente, a maioria dos pais tem fracassado na formação cristã de seus filhos, pois que se sentem acuados pela avalanche de valores mundanos fortemente plantados pela mídia no seio de nossas famílias.

Quando os pais chegam a propor alguns valores que compõe a forma de pensar cristã, mas que não estão “em voga” na sociedade estes são tratados como antiquados, atrasados “fora da moda”; como exemplo: propor castidade cristã aos jovens não apenas como meio de preservação das doenças sexualmente transmissíveis ou; do risco da gravidez indesejada, mas como um meio de preservar o equilíbrio emocional e, acima de tudo, como uma forma de viver a sexualidade de acordo com os princípios cristãos (Pe. Jair Batista de Souza).

Para o bem da família, da Igreja, da sociedade e dos indivíduos é de fundamental importância que todos os pais se comprometam em viver e transmitir os valores cristãos a seus filhos, mesmo que estes valores sejam considerados pela mídia como “démodés”, ultrapassados e conservadores; pois que a família tem por tarefa essencial formar pessoas portadoras de valores humanos e cristãos.

Sabe-se que ao longo dos anos, adversidades e entraves provocam a perda de referencias e dificultam a transmissão e a educação nas famílias, onde os modelos recebidos pelas gerações anteriores são considerados obsoletos e as novas estratégias ainda não parecem eficazes.

O fato é que, a partir da década de 1960, o Mundo Ocidental assiste a imposição da família dita ‘contemporânea’ ou ‘pós-moderna’, cujo discurso tecnocientífico subverte profundamente o equilíbrio em jogo na família.

Para J. P. Lebrun (2004), o tecnocientificismo contribui para acabar com o poder da autoridade paterna, promovendo uma organização social sem referência, já que tudo se equivale na medida em que novos balizamentos ainda não foram validados.

Sem contar que o autoritarismo econômico disseminado pela globalização gera a exacerbação do individualismo numa cultura de competição desenfreada (baseada nos modelos da competência e do pragmatismo), que também culminam por interferir na constituição das famílias e dos indivíduos.

Nesse contexto, cresce a dificuldade dos pais em dizer “não” aos filhos. Dessa conjuntura estabelece-se nos pais a ditadura do trabalho e o senso de culpa pela falta de tempo e pela impossibilidade de poder dar o que seus filhos pedem; enquanto gera nos filhos o enfraquecimento da responsabilidade, o desaparecimento do sentido de organização, de disciplina, de aceitação de limites, de consideração, de respeito mútuo, do obscurecimento da faculdade de julgar e de estabelecer uma hierarquia de valores.

Ao mesmo tempo tais atitudes desencadeia um arsenal de adultos egoístas, indisciplinados, mal educados imaturos para o casamento, que são adeptos da cultura do provisório e das relações descartáveis.

Como a família não nasce pronta, mas constrói-se aos poucos, em muitos lares é comum pais e mães não terem referências claras do que fazer diante de simples questões do cotidiano. O caso é que não existe receita pronta para se educar crianças ou orientar adolescentes, mesmo porque quando o filho nasce ele não vem com manual de instrução. Deste modo, diante da insegurança dos pais, os filhos se aproveitam para tomar vantagem da situação, e a discórdia se instala assim como a cultura do desamor se enraíza no seio das famílias.

Afinal, o que os pais tem que fazer para ultrapassar tais desafios? A resposta está implícita em outra pergunta: – o que você quer para a sua família?

Quer ter uma família cristã? Então deve partir do pressuposto que a família cumpre com sua missão quando transmite convicções e valores; educa nas virtudes; ensina a pensar, a lutar, a amar, a ser solidário, a falar com Deus, e a se defender das influências e agressões externas. Para conseguir tal intento você tem que ter o cuidado de fortalecer os laços familiares e a comunicação em todas as fases da vida em família. A harmonia familiar é muito importante para a saúde física, mental e emocional de todos os membros.

Para Franco Guizzetti o amor é essencial, mas o diálogo é fundamental. Falar o que se sente, saber expressar as emoções, colocar para fora as raivas: discutir a relação faz parte do crescimento e da união da família. Tudo dá errado se a família é muda, ninguém olha na cara do outro e não há conversa franca; se cada membro fica no seu quarto vendo TV e nem se lembra do irmão ou dos pais.

Deixe seu filho brincar na sala e se divirta com ele; coloque um computador com internet na sala de TV, assim, toda a família ficará junta na hora da diversão ou do estudo. Ensine aos filhos que o diálogo é uma ferramenta que abre as portas do céu, enquanto o silêncio total nos leva ao inferno do egoísmo e da solidão.

É o que nos ensina o Papa Francisco em recente viagem ao Brasil. Primeiro ele disse que nós não podemos ter medo de ser felizes. Depois o Santo Padre entre tantos assuntos fez sugestões e deu alguns conselhos:

– Que as famílias se rebelem contra o modelo de globalização da indiferença, contra a cultura do provisório (descartável), contra o humanismo desumano vigente no mundo pós-moderno;

– Que as famílias fomentem a cultura do encontro e dos valores éticos, que lutem contra o egoísmo, que trabalhem pelo próximo segundo os valores de sua própria fé.

Enfim, para o Papa Francisco as famílias tem que sair de si mesmas para tentar solucionar os problemas mundiais. E como? Através do diálogo, do diálogo e do diálogo.

Vale a pena tentar!

(*) Luci Léa Lopes Martins Tesoro, doutora em História Social pela USP, da Diocese de Rondonópolis

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