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Rondonópolis
, 14 maio 2024
 
 

Inglesinho, inglesão

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Dois fatos referentes ao campo da linguagem chamaram a minha atenção recentemente. O primeiro foi uma matéria publicada no Diário Catarinense na sua versão online no final de junho deste ano e o outro foi uma pesquisa divulgada pelo Jornal da Globo na sua edição do dia 27 de junho de 2012. In short, uma notícia boa e (para variar) outra ruim.
Segundo o Diário Catarinense, devido à proximidade da Copa da Mundo e dos Jogos Olímpicos no Brasil, as escolas de idiomas têm anunciado programas voltados para a classe média e, com isso, a classe C tem investido cada vez mais nos cursos de idiomas, tendo o inglês (Surprise!) como primeira opção. De acordo com a reportagem, a classe C brasileira deverá gastar 28 bilhões de reais em educação somente em 2012, segundo dados do Instituto Data Popular. Good news!
Por outro lado, matéria veiculada no Jornal da Globo dá conta de que os brasileiros têm dificuldades para se comunicar em inglês no trabalho, o que, segundo a empresa Global English, especializada em inglês empresarial, tem impacto direto no desempenho das empresas. Na pesquisa divulgada pelo JG, numa escala de um a dez, os profissionais brasileiros que estão estudando a língua universal dos negócios tiveram nota 2,95 – o que nos deixou no 67º lugar, num total de 76 países, atrás dos demais membros do BRIC: Rússia, China e Índia. Outro dado intrigante: cerca de 70% dos profissionais brasileiros mentem quando informam no currículo o grau de proficiência que efetivamente tem no idioma bretão, a fim de obter maior remuneração ou um cargo mais importante. Bad news!
No Brasil, convenhamos, as línguas são geralmente colocadas no fim da fila das prioridades educacionais de muita gente. Daí a perceptível dificuldade que existe na formação e manutenção de grupos de conversação ou comunidades dedicadas à prática linguística (oral e/ou escrita) do idioma-alvo. Nesse aspecto, Rondonópolis não é exceção à regra nacional, infelizmente. Mas bem que poderia ser!
Para ilustrar tal desimportância, basta observar que, dentre as edições que compõem o Curso Preparatório Enem 2012 da Abril Coleções, o fascículo conjugado de Inglês e Espanhol é o de número 19, anterior apenas ao número 20, dedicado ao Simulado II. Pergunto: por que não foi confeccionado um fascículo para cada língua – um para a língua inglesa e outro apenas para a língua espanhola? Falta de assunto? Fala sério!
A continuar a tendência do brasileiro de deixar para estudar e praticar idiomas “quando for a hora certa” ou “quando tiver tempo”, na vã esperança de que o português passe a ser a língua franca nos negócios e na vida cotidiana, reportagens como essas continuarão a ser veiculadas, demonstrando o quanto ainda devemos evoluir culturalmente – a ponto de poder escolher com consciência e perspicácia entre ter um inglesinho ou um inglesão.

(*) Jerry Mill é  mestre em Estudos de Linguagem (UFMT), presidente da ALCAA e Membro do Rotary Club Rondonópolis

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  1. Sim até concordo, mais temos que ver algo que é típico do Brasileiro o “comodismo,” penso também que a falta de esforço e interesse é um dos grandes fatores. Opa que beleza o brasileiro esta gastando mais na educação, essa mesma tal educação e de qualidade? Ou ainda vai deixa a desejar? Porque só número e nada de resultados, penso eu que nada adianta.

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