O sonho, o realismo nega.
Só em sonho posso ter
Esse sonho que me cega;
Em sonho, só, posso ver…
Sonhando observo a lua,
Admiro a sua nudez.
A minha visão é sua
E a lua, minha de vez…
Perdi o que eu não tinha,
O que eu tinha sonhei.
Essa lua agora é minha;
E o sonho?… Não sei.
O que me resta compensa
Aquilo que perdi;
O luar é recompensa
Desse sonho que vivi…
Veja que imensidão
Ilumina, este sonho de luar!
Unindo-se a solidão
Desse meu jeito de amar…
Acerca o sonho e o realismo,
Sempre, a luz da razão;
Nela há um sempre abismo
Entremeio sim e não.
O amor que a lua ilumina,
Nega-me a sua visão;
É um sonho de menina,
Longe… perto… dentro do meu coração.
(*) Ronilton Parreira dos Santos é poeta e morador em Rondonópolis