A esclerose múltipla é uma doença crônica inflamatória que compromete o funcionamento do sistema nervoso central, colocando-o em estado de degeneração progressiva. Pesquisa realizada recentemente revela que quase metade dos brasileiros pensa que a esclerose múltipla afeta exclusivamente os idosos. Este resultado é preocupante, tendo em vista que os jovens são as maiores vítimas dela.
Por conta desta desinformação da sociedade, este dia 30 de agosto, quando é comemorado o Dia de Conscientização Nacional da Esclerose Múltipla, torna-se ainda mais importante. Segundo a dra.
Claudia Cristina Ferreira, membro da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), é uma grande oportunidade de esclarecer e divulgar esta doença que incide, principalmente, em indivíduos jovens.
“Tão importante quanto informar a população sobre a doença é garantir a possibilidade de diagnóstico e tratamento realizados precocemente.”
Identificando a doença
Por ser autoimune, na esclerose múltipla o organismo do individuo acometido produz anticorpos contra a bainha de mielina, uma camada que envolve as fibras nervosas (que conduzem impulsos do cérebro para o corpo e vice-versa), provocando dificuldades de cunho motor e sensitivo. Entre os sintomas, estão surtos de alterações na visão, formigamento ou dormência nos membros, perda de equilíbrio e dificuldade de andar.
Dados do Ministério da Saúde indicam que a enfermidade costuma acometer adultos do sexo feminino na faixa de 18 a 55 anos. A inflamação se desenvolve de maneira diferente de uma pessoa para a outra e sua causa não é conhecida. Outro fato intrigante é que há mais incidência da doença em climas temperados e frios.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico da esclerose múltipla é complexo, pois os sintomas são semelhantes aos de outras doenças neurológicas, como o AVC. Costuma ser descoberta, então, com a exclusão desta e de outras enfermidades.
“Ela não possui um marcador biológico exclusivo, por exemplo, um anticorpo, uma proteína ou um agente viral ou bacteriano que possa servir ao diagnóstico específico”, explica a especialista.
Não há cura para a esclerose múltipla, mas os tratamentos ajudam os pacientes a terem uma vida mais confortável.
“Nenhum medicamento atualmente disponível tem alta eficácia. Entre os medicamentos testados até o momento, aqueles que mostraram melhor controle da evolução da doença alcançaram eficácia em um pouco mais que 60% dos pacientes.”
Para amenizar os efeitos, são indicados fármacos que aumentam o intervalo entre um surto e outro: imunossupressores e imunomoduladores, além dos corticoides, que diminuem a inflamação na fase aguda. Pacientes que apresentarem sequelas devem ser tratados com reabilitação multidisciplinar.
Apesar do desconhecimento das causas que influenciam o aparecimento da doença, pesquisas vem sendo feitas sobre este assunto.
“Ensaios clínicos vem sendo realizados para obter medicações com maior eficácia. Alguns deles, na área básica, tentam melhor compreender a gênese e o mecanismo de lesão provocada pela doença”, finaliza.
Meu pai faleceu devido essa doença em 27/05/2004. Foi quando vi falar sobre esclerose, muito triste afetou os nervos de liga, lingua e respiração…