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Sem uma grande solução

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A hipertensão arterial é um dos principais problemas de Saúde Pública no mundo. A sua elevada incidência na população adulta varia de 15 a 25%, dependendo de que pais e que raça seja estudada.
O seu aparecimento na maioria dos casos ocorre entre 20 e 50 anos de idade. O grande problema é que a maioria dos hipertensos, não apresenta sintomas no inicio da doença. Como resultado, algumas vezes o diagnóstico é feito, quando já existem complicações dela decorrentes: cardíacas, vasculares, cerebrais, renais e ou retinianas.
Também por conta da pobreza dos sintomas, muitos pacientes não fazem uso da medicação como deveriam. Segundo suas estatísticas, 28% dos americanos sequer sabem ser doentes, 36% não se tratam, e 65% não fazem uso da medicação de maneira adequada.
Até a década de 50, havia dúvidas se havia benefícios em tratá-la. Alguns acreditavam que diminuindo a pressão sanguínea, menor quantidade de sangue chegaria a órgãos importantes, como cérebro e rins e isto seria maléfico. Um outro obstáculo foram as primeiras drogas descobertas para o seu tratamento. Efeitos colaterais extremamente desagradáveis, resultado, justificativa para que não fossem usadas.
Nas últimas décadas, novas drogas foram sintetizadas, muito eficientes e praticamente sem efeitos colaterais. Por outro lado inúmeros trabalhos científicos demonstraram de maneira definitiva os benefícios do seu tratamento. Os pacientes tratados tiveram redução significativa das complicações delas decorrentes. Cerca de 35 a 40% dos Acidentes Vasculares Cerebrais, 20 a 25 % dos Infartos e 50% das Insuficiências Cardíacas.
Calcula-se que o seu não tratamento adequado, diminua a expectativa de vida de 5 a 7 anos, dos seus portadores. Apesar do arsenal terapêutico já disponível e dos conhecimentos dos malefícios da hipertensão arterial, ela permanece um grande problema de saúde pública ainda longe de ser solucionado.
Cada ano, constatam-se mais hipertensos e mais doentes não adequadamente tratados. Hoje existem cerca de 1,0 bilhão de pessoas portadoras de hipertensão arterial no mundo. E se nenhuma medida eficaz for adequada, em 2025 serão 2,5 bilhões. Aumento de 50% em 15 anos.
Que estratégias deverão adotar?
Alguns advogam intervenção precoce. Criaram inclusive a categoria dos pré-hipertensos. Seriam aqueles com pressão arterial superior a 120/80 mm/Hg, mas ainda em níveis inferiores aos considerados hipertensão: 140/90 mm/Hg.
A intervenção inicial deveria ser feita nesses grupos e naqueles sabidamente de maior risco: como, herança da doença, sobrepeso e obesidade, os de raça negra, os portadores de um gene recentemente descoberto etc.
As medidas terapêuticas iniciais seriam as não farmacológicas, perda de peso, exercício físico e diminuição importante da ingestão do sal. E por falar em sal, acredita-se que o seu maior consumo, mais alimento industrializados, seja uma das principais causas do aumento da incidência da doença.
Pesquisa publicada recentemente demonstrou que a restrição de consumo de sal nos Estados Unidos para 3 g/dia (hoje mais de 10) diminuiria entre 60 a 120 mil o numero de Acidentes Vasculares Cerebrais, de 86 a 165000 de 200 mil das cardiopatias e de 44 a 92000 mortes
Impacto benéfico, tanto quanto como, tratar o colesterol, eliminar o tabagismo e combater a obesidade. Isto inclusive resultaria de uma economia no sistema de saúde de 10 a 24 bilhões de dólares anuais.
Alguns países, como a Finlândia, Inglaterra já vem trabalhando neste sentido. A propósito, o nosso paladar em poucas semanas se acostuma com o sabor alimentos com pouco sal.

Por Dr. Ney Cavalcanti, professor de Endocrinologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Pernambuco, Vice-Presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), Ex-Presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).

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