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Rondonópolis
, 12 maio 2024
 
 

Jardim gastronômico

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Ao receber um buquê de rosas, comemore em dobro. Essas flores, além de agradáveis aos olhos, podem surpreender o paladar sem abalar a silhueta. Uma rosa grande, por exemplo, tem cerca de dez calorias. Se forem roubadas de algum quintal, melhor ainda: o ato, além de romântico, garante plantas livres de agrotóxicos – característica indispensável para toda flor que se destina ao consumo. “Jamais coma flores de floricultura, elas são tratadas com pesticidas para que possam durar mais. Também não vale colher espécies em jardins públicos, sujeitos às fezes e urina de cães e gatos”, alerta o botânico Gil Fellipe, doutor em fisiologia vegetal e autor do livro “Entre o Jardim e a Horta” (Senac Editora).
Fellipe diz que as flores mais perfumadas costumam ser também as mais saborosas. “É claro que elas não matam a fome, servem apenas para tornar o prato mais leve, bonito e agradável. Na Europa, por exemplo, é comum cristalizar violetas do tipo odorata para enfeitar doces. Outra dica interessante é colocar uma flor dentro de cada quadradinho da forma de gelo para decorar bebidas”, indica.
O botânico recomenda, ainda, banir do menu espécies venenosas, tais como azaleia, hortênsia e antúrio. E lembra que algumas iguarias bastante populares na culinária brasileira pertencem à classe das flores. “Alcaparra, por exemplo, é um botão da flor, o mesmo se dá com o cravo-da-índia”, completa.
Sócio de uma empresa especializada no cultivo de flores comestíveis, Dirk Müller explica que a planta deve ser escolhida de acordo com o tipo de prato planejado. “A capuchinha, por exemplo, tem um aroma parecido com o do agrião e seu sabor é picante. Por isso, é mais usada em pratos salgados. Amor-perfeito é uma flor mais neutra, comumente empregada nas saladas”, detalha. “É interessante que se busque um local especializado para comprar as flores, que hoje podem ser encontradas até em supermercados. Quem tem um canteiro em casa e não usa defensivos agrícolas nas plantas também está liberado para levar o jardim até a cozinha.”
O nutrólogo Valcinir Bedin, doutor em medicina pela Unicamp, indica alguns cuidados para quem deseja praticar o cultivo doméstico de flores comestíveis. “É melhor fazer a colheita pela manhã porque durante o sol intenso a atividade nutricional da planta é diminuída para que ela se defenda de raios do tipo ultravioleta. Também é preciso retirar os elementos sexuais das flores que estiverem visíveis, como estame e pistilo.”
O médico enfatiza que a cor da flor é um indicativo do tipo de nutriente predominante nela. “Espécies avermelhadas ou acastanhadas são ricas em betacaroteno, substância precursora da vitamina A. Já os tipos amarelados e azulados contêm mais vitamina C. Apesar dessas propriedades, as flores contêm muita celulose, o que dificulta a digestão no intestino. Então, é melhor não abusar. Um florzinha no prato é suficiente”, completa Ou seja: melhor deixar aquele buquê de rosas como enfeite de mesa.

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