Se a situação do Guarani não é boa dentro de campo, fora dele pode se tornar ainda pior. A equipe, que foi eliminada na primeira fase do Campeonato Brasileiro da Série C e vai disputar a Série A-2 do Paulistão, pode também perder o Brinco de Ouro da Princesa. Desde terça-feira, a Justiça do Trabalho de Campinas colocou o estádio e parte do terreno a leilão. O pregão, marcado para o dia 30 de outubro, avalia o preço do local em R$ 210 milhões.
O lance mínimo para adquirir a parte à venda, onde também encontra-se o clube do Guarani, sai no valor de R$ 147 milhões. O assunto ganhou novos capítulos quando o ex-lateral Gustavo Nery processou o clube, cobrando uma dívida de R$ 900 mil. O advogado do Guarani, Gustavo Tavares, afirma que o departamento jurídico do clube já entrou com recurso nesta semana. “A dívida com o jogador e os outros processos que entraram no pleito representam apenas 5% do valor total do terreno”, disse.
Devido às más administrações passadas, o Bugre não possui dinheiro para quitar as dívidas atuais. “A única solução é fazer permuta. Nós oferecemos a matrícula do ginásio, que está avaliada em 30 a 35 milhões de reais”, comentou Tavares. No total, as dívidas do Guarani chegam a aproximadamente R$ 180 milhões. Separados, são R$ 86 milhões de dívidas trabalhistas, R$ 80 milhões de dívidas fiscais e R$ 14 milhões em processos civis. Há três dias no ar, ainda não houve lances online sobre a área que esta à venda.
ARENA BUGRE
Mesmo em situação complicada dentro e fora de campo, o Guarani possui a ideia de reformar o seu estádio nos padrões Fifa. A cúpula do clube apresentou em setembro o projeto da Arena Bugre, que deveria ser avaliada pelos sócios em datas próximas. Caso o leilão realmente aconteça, o projeto, que prevê restaurações no Brinco de Ouro e a construção de áreas comerciais no entorno do estádio, seria cancelado. “Tudo pode acontecer, mas acreditamos que é difícil alguém querer comprar só uma parte”, finaliza Tavares.