O desastre da Copa do Mundo ainda está bem fresco na cabeça dos italianos, mas a hora é de começar a reconstrução da seleção pensando na Eurocopa de 2012 e no Mundial de 2014. Com Cesare Prandelli como técnico e muitas novidades entre os jogadores, a “Azzurra” faz nesta terça-feira, em Londres, um amistoso contra a Costa do Marfim – que não terá Drogba nem os irmãos Touré.
O setor em que o novo técnico mais mexeu foi o ataque. Ele confirmou a escalação de um tridente explosivo, formado por jogadores polêmicos: Balotelli, o brasileiro Amauri (será sua estreia como “italiano”) e Cassano. “Balotelli ainda não está em sua melhor condição física, mas quero que dê tudo o que pode. Quando acabar o fôlego, eu o substituo. Teremos ótimos atacantes no banco e posso testar todos eles”, afirmou Prandelli.
Balotelli frequentemente é alvo de ofensas racistas em estádios italianos (ele é filho de ganeses), e também um campeão em arrumar encrenca no clube. Na temporada passada, cansado de puni-lo, o técnico português José Mourinho (hoje no Real Madrid) chegou a dizer que ele “não usa o cérebro”.
A presença de Amauri na seleção provocou críticas até de alguns deputados, que consideraram um equívoco a convocação de um brasileiro num momento em que a Itália precisa se reerguer no cenário do futebol depois de ter sido eliminada na primeira fase na África do Sul. E isso, para eles, é uma tarefa para italianos
Por fim, há Cassano. Atacante talentoso mas de temperamento irascível, ele se indispôs com treinadores na Roma e no Real Madrid e também com Marcello Lippi, ex-técnico da “Azzurra”. Recuperou prestígio jogando numa equipe média, a Sampdoria, e sua ausência no último Mundial foi considerada uma grande mancada de Lippi por torcedores e jornalistas.
E numa demonstração de apoio, Prandelli entregou a ele a camisa 10. “Sei que os torcedores associam o número 10 a fantasia, e Cassano é um jogador criativo”, disse Prandelli. Ansioso por sua estreia, o treinador disse o que espera de seus jogadores. “Espero uma equipe que jogue sem medo nem traumas. É o início de um trabalho”.
