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, 19 maio 2024
 
 

Polocci diz a Moro ter “nomes” para mais 1 ano de Lava Jato

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Palocci foi interrogado na ação penal em que é acusado pela força-tarefa de procuradores de operar um suposto esquema de caixa 2 para o PT
Palocci foi interrogado na ação penal em que é acusado pela força-tarefa de procuradores de operar um suposto esquema de caixa 2 para o PT

Brasília

O ex-ministro Antônio Palocci disse ontem (20), em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro, que está disposto a colaborar com as investigações e apresentar “nomes, endereços e operações realizadas”, que podem render mais “um ano de trabalho” à Operação Lava Jato. Palocci foi interrogado na ação penal em que é acusado pela força-tarefa de procuradores de operar um suposto esquema de caixa 2 para o PT.
Ao final do depoimento no qual negou ter arrecadado propina ao partido, o ex-ministro disse que está à disposição de Moro para revelar situações que optou por não falar durante a audiência “por sensibilidade da informação”.
“Todos os nomes e situações que optei por não falar aqui, por sensibilidade da informação, estão à sua disposição. O dia que o senhor quiser, se tiver com a agenda muito ocupada, a pessoa que o senhor determinar, eu imediatamente apresento todos esses fatos com nomes, endereços, operações realizadas e coisas que vão ser certamente de interesse da Lava Jato, que realiza uma investigação de importância, e acredito que isso dá um caminho que talvez vai lhe dar mais um ano de trabalho, mas é um trabalho que faz bem ao Brasil”, disse Palocci.
O ex-ministro está preso na carceragem da Polícia Federal em Curitiba desde setembro do ano passado. Na ação penal, Palocci e mais 14 pessoas são acusadas dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
De acordo com a Polícia Federal, a empreiteira Odebrecht tinha uma “verdadeira conta-corrente de propina” com o PT, partido do ex-ministro. Para os investigadores, a conta era gerida por Palocci, e os pagamentos a ele eram feitos por meio do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht – responsável pelo pagamento de propina a políticos – em troca de benefícios indevidos no governo federal. No depoimento, o ex-ministro negou que tenha atuado para beneficiar a empreiteira ou que tenha pedido doação de campanha via caixa 2.
EX-PRESIDENTE DA OAS TAMBÉM DEPÕE: “LULA PEDIU PARA DESTRUIR PROVAS”
José Aldemário Pinheiro, o Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, disse em depoimento ao juiz Sérgio Moro, ontem (20), que foi orientado pelo ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva a destruir provas que pudessem incriminá-lo na Operação Lava Jato. Pinheiro é réu na ação penal que envolve um triplex em Guarujá, no litoral de São Paulo, e que tem Lula como um dos réus. “Eu tive um encontro com o ex-presidente, em junho, tenho isso anotado na minha agenda, são vários encontros, onde o presidente textualmente me fez a seguinte pergunta [Lula]: ‘Léo, o senhor fez algum pagamento a João Vaccari no exterior?’ Eu [Léo] disse: ‘Não, presidente, nunca fiz pagamento a essas contas que nós temos com Vaccari no exterior’. [Lula]: ‘Como você está procedendo os pagamentos para o PT?’. ‘Através do João Vaccari’.
Léo Pinheiro afirmou que, quando houve a divulgação de que o triplex pertenceria a Lula, ele procurou João Vaccari Neto e, depois, Paulo Okamoto para saber como proceder, uma vez que o tríplex estava em nome da OAS. “A orientação que foi me passada naquela época foi de ‘toque o assunto do mesmo jeito que você vinha conduzindo. O apartamento não pode ser comercializado, o apartamento continua em nome da OAS, e, depois, a gente vai ver como vamos fazer a transferência ou o que for’”. De acordo com Pinheiro, assim foi feito.
Segundo o empresário, a cota pertencente a Lula e a Dona Marisa era de um apartamento típico e não de um triplex. “Eu fui orientado que este apartamento eu poderia negociá-lo porque o apartamento da família seria o triplex”. Essa orientação, ainda de acordo com Léo Pinheiro, partiu de Vaccari e de Okamoto. Pinheiro disse que o triplex tinha área três vezes maior do que a dos demais apartamentos e que valor era duas vezes e meia maior. Ainda segundo o réu, em momento algum foi falado que o presidente pagaria a diferença de preço.
Pinheiro também disse que o triplex em Guarujá nunca foi colocado à venda pela OAS. “Eu tinha uma orientação para não colocar à venda, que pertenceria à família do ex-presidente”.

Veja os principais pontos da fala de Palocci:

• Ex-ministro se colocou à disposição para revelar nomes e operações de interesse da Lava Jato.
• Negou ter operado dinheiro de caixa 2, mas confirmou que sabia da existência da prática “em todas as campanhas”.
• Confirmou que falou sobre contribuição à campanha de Dilma antes das eleições de 2010.
• Negou ter pedido dinheiro a empresas quando era ministro.
• Disse que ninguém na Odebrecht nunca o chamou de “italiano”.
• Confirmou ter tido conhecimento das planilhas de propina da Odebrecht, mas disse que ficou surpreso com as “provisões de campanha”.
• Disse não se lembrar de reunião com Dilma, Marcelo Odebrecht e o ex-presidente do BNDES.
• Negou ter ampliado crédito no BNDES à Angola para favorecer a Odebrecht.
• Negou ter pedido, interferido ou defendido interesses da Odebrecht ou da Sete Brasil.
• Fez elogios ao juiz Sérgio Moro e à atuação dele na Lava Jato.
Segundo o ex-ministro, ele optou por não apresentar tudo o que sabe durante o interrogatório “por sensibilidade da informação”.

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