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Brasileiro é fuzilado na Indonésia

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Cruzes com nomes dos condenados foram produzidas com antecedência em Cilacap. No detalhe, o brasileiro que foi executado
Cruzes com nomes dos condenados foram produzidas com antecedência em Cilacap. Abaixo, o brasileiro que foi executado

Rodrigo Gularte - fuzilado por trafico de droga - 28-04-15

Brasília

Preso desde 2004 em Jacarta, capital da Indonésia, por transportar 6 quilos de cocaína em pranchas de surfe e condenado à pena de morte em 2005, o brasileiro Rodrigo Gularte, de 42 anos, foi fuzilado ontem (28), às 14h25, no horário de Brasília.
A informação foi confirmada pelo encarregado de Negócios da Embaixada do Brasil em Jacarta, Leonardo Carvalho Monteiro. Segundo ele, antes do fuzilamento, Gularte recebeu a visita de um padre que também era seu guia espiritual.
Além de Gularte, sete estrangeiros (da Austrália, Filipinas, Nigéria e de Gana) e um indonésio estavam na lista de executados de ontem. Todos foram fuzilados, exceto a filipina Mary Jane Veloso, única mulher no grupo. A retirada dela da lista de execuções de ontem ocorreu após uma mulher que supostamente a recrutou para levar drogas à Indonésia ter se entregado às autoridades filipinas.
A execução por fuzilamento ocorreu na prisão de Nusakambangan, em Cilacap, acerca de 400 quilômetros de Jacarta. Mais cedo, Leonardo Carvalho Monteiro, que estava no local, informara que não havia nada mais a fazer.
Segundo Carvalho, uma prima de Rodrigo, Angelita Mauxfekdt, que acompanhou os últimos meses de Gularte na prisão, foi informada do cumprimento da pena e esteve com o brasileiro por volta das 14h (4h no horário de Brasília).
Antes da execução, Carvalho informou que estaria ao lado de Angelita, em uma sala próxima do local da execução. Pela lei da Indonésia, após o cumprimento da pena, é feito o reconhecimento do corpo pelos familiares e representantes da embaixada de seu país, no caso de estrangeiros.
Os condenados receberam a notificação da execução no sábado (25). De acordo com a lei local, o aviso deve ocorrer pelo menos 72 horas antes do cumprimento da pena.
Em janeiro, a Indonésia executou outro brasileiro, Marco Acher, também condenado por tráfico de drogas. O fuzilamento de Archer gerou uma crise diplomática entre Brasil e Indonésia. O embaixador brasileiro no país, convocado pela presidente Dilma à época, num gesto de desagravo do governo brasileiro, ainda não retornou à Indonésia.
O país asiático, que retomou as execuções em 2013, após cinco anos de moratória, tem 133 prisioneiros no corredor da morte, dos quais 57 condenados por tráfico de drogas, dois por terrorismo e 74 por outros crimes.
LUCIDEZ
Rodrigo Muxfeldt Gularte estava sereno nas horas que antecederam sua execução na Indonésia na tarde desta terça-feira, horário de Brasília. Ele alternou momentos de lucidez e delírio e disse que dali iria para o céu, disse um diplomata brasileiro que o viu pela última vez. O corpo será enterrado no Brasil.
FATO GRAVE
O governo brasileiro informou ontem que a execução do brasileiro Rodrigo Muxfeldt Gularte é um fato grave na relação entre os dois países. A notícia do fuzilamento de Gularte foi recebida pelas autoridades brasileiras com “profunda consternação”. O governo manifestou pesar e prestou solidariedade à família do brasileiro.
Para o governo, o fato aumenta a disposição do Brasil em defender a abolição da pena de morte nos organismos internacionais.
A presidente Dilma Rousseff tomou conhecimento da morte do brasileiro no avião presidencial, quando se deslocava para Brasília, após participar de um evento em Goiana, interior de Pernambuco.
De acordo com a nota enviado ao governo da Indonésia, o estado de saúde de Rodrigo Gularte foi “agravado pelo sofrimento que sua situação lhe provocava nos últimos anos. Lamentavelmente, as autoridades indonésias não foram sensíveis a esse apelo de caráter essencialmente humanitário”.
“A execução de um segundo cidadão brasileiro na Indonésia, após o fuzilamento de Marco Archer Cardoso Moreira, em 18 de janeiro deste ano, constitui fato grave no âmbito das relações entre os dois países e fortalece a disposição brasileira de levar adiante, nos organismos internacionais de direitos humanos, os esforços pela abolição da pena capital”, conclui a nota.

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