MP denuncia padrasto de menino perfurado com agulhas

O Ministério Público da Bahia informou ontem, que a promotoria de Seabra denunciou o auxiliar de serviços gerais Roberto Carlos Magalhães e sua suposta amante, Angelina Ribeiro dos Santos, por tentativa de homicídio qualificado contra o menino de 2 anos e 7 meses ferido com 31 agulhas em Ibotirama, 668 quilômetros a oeste de Salvador. Em depoimento à polícia, Magalhães, padrasto da criança, confessou ter cometido o crime e apontou Angelina como sua ajudante. Ela nega a acusação.
Segundo a promotora Mariana Tejo Marques de Oliveira, a denúncia foi apresentada à Justiça de Ibotirama no dia 29 – mesmo dia em que o inquérito policial foi entregue ao MP. As qualificadoras do crime, de acordo com ela, são a falta de chance de defesa da vítima, o motivo fútil (supostamente, vingança contra a mulher de Magalhães, a doméstica Maria Souza Santos, com quem ele disse brigar muito) e uso de meio cruel. As penas previstas para o crime são de oito a 20 anos de prisão.
O juiz Antônio Marcos Tomaz Martins, de Ibotirama, já acatou a denúncia. Segundo a Polícia Civil do município, a citação judicial dos acusados chegou à delegacia na tarde de anteontem. Agora, eles têm dez dias úteis para apresentar, por escrito, a defesa para as acusações.
Tanto Magalhães quanto Angelina cumprem prisão preventiva determinada pela Justiça. Angelina, na própria carceragem da delegacia. O padrasto da criança foi transferido para outro município baiano, porque a unidade policial de Ibotirama estava sendo ameaçada de invasão por moradores do município dispostos a linchar o agressor.
O menino se recupera bem das agressões, segundo a direção do Hospital Ana Neri, onde está internado há 20 dias, em Salvador. Ele passou por três cirurgias, nas quais foram retiradas 22 agulhas. Nove, que não oferecem risco a órgãos vitais da criança, continuam em seu corpo. De acordo com os médicos, ele ficará internado em um quarto pelas próximas duas semanas, para receber medicamentos e passar por novos exames, antes de ter alta. (Fonte: Agência Estado)