PARIS – O partido de oposição de direita sai como favorito no segundo turno das eleições municipais francesas neste domingo, marcadas pela ascensão da extrema-direita e a rejeição ao presidente socialista, François Hollande – o que poderia anunciar uma mudança de governo. Os colégios eleitorais do país abriram neste domingo às 8h (horário local), com 45 milhões de franceses aptos a votar. Cidades como Estrasburgo, Toulouse, Saint-Etienne e Reims, governadas por prefeitos socialistas, poderiam cair nas mãos da União por um Movimento Popular (UMP), partido do ex-presidente Nicolas Sarkozy.
Ao meio-dia, a participação era de 19,83% , ou seja, menos ainda do que no primeiro turno, de acordo com o Ministério do Interior. A abstenção da primeira volta, no domingo passado, alcançou os 36,45%. A votação significou um importante revés para a situação, o Partido Socialista (PS), e um crescimento histórico da ultradireitista Frente Nacional (FN). A esquerda conseguiu 38,8% dos votos, seis pontos a menos que em 2008, a centro-direita 46,4% e o FN, partido que não controlava nenhuma prefeitura, multiplicou por cinco seus resultados anteriores e alcançou 4,7% dos votos, mesmo tendo se candidatado em apenas 597 dos 36.600 municípios.
Mas, apesar de as estimativas indicarem que o Partido Socialista (PS) sairá perdedor, deverá conseguir manter um trunfo: Paris. Apesar de, contra as previsões das pesquisas de opinião, ter amargado um segundo lugar no primeiro turno, a candidata do PS, Anne Hidalgo, permanece favorita para conquistar a prefeitura da capital francesa na disputa contra Nathalie Kosciusko-Morizet, da União por um Movimento Popular (UMP). A candidata socialista aparece em vantagem na maioria dos distritos de Paris, fator decisivo na eleição municipal da capital.
Impulsionada por sua vitória surpresa no número total de votos no primeiro turno, por 35,64% a 34,4%, Kosciusko-Morizet procurou mobilizar seus eleitores em seu último comício alertando para os “19 anos de socialismo” na capital francesa se o PS emplacar mais um mandato. Anne Hidalgo, que ganhou o importante apoio do grupo ecologista para o segundo turno, usou seu último discurso para convencer seus eleitores de que “nada está ganho” e que será preciso sair de casa neste domingo para votar e evitar uma inesperada vitória da oposição.
Na grande maioria dos colégios eleitorais da França a votação vai até as 18h (11h em Brasília), e nas grandes cidades se estende por mais duas horas. Esta é a primeira eleição municipal do mandato do presidente François Hollande e do executivo de Jean-Marc Ayrault desde sua chegada ao poder em maio de 2012, em um momento em que sua aprovação atinge mínimos históricos.
